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25 de dezembro de 2012

Feliz Natal (0)

Este ano, enquanto os “iluminados” (“illuminati” para ser mais cáustico) deste mundo nos dão miséria e desgraça, eu quero oferecer-vos um pouco daquilo de que mais gosto, para que possamos estar, como dizia Beethoven, mais perto de Deus, ou dos Deuses, como queiram, seja essa entidade o que for, desde que não político, financeiro ou mentecapto!


“Barco Negro”, Amália Rodrigues
 “Menino do Bairro Negro”, Zeca Afonso
Mariza






“Barco Negro”

De manhã, que medo, que me achasses feia!

 Acordei, tremendo, deitada n'areia

 Mas logo os teus olhos disseram que não,

 E o sol penetrou no meu coração. [Bis]

Vi depois, numa rocha, uma cruz,

 E o teu barco negro dançava na luz

 Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas

 Dizem as velhas da praia, que não voltas:


São loucas! São loucas!

Eu sei, meu amor,

 Que nem chegaste a partir,

 Pois tudo, em meu redor,

 Me diz qu'estás sempre comigo. [Bis]

No vento que lança areia nos vidros;

 Na água que canta, no fogo mortiço;

 No calor do leito, nos bancos vazios;

 Dentro do meu peito, estás sempre comigo.


" Menino Do Bairro Negro "


Olha o sol que vai nascendo

Anda ver o mar

Os meninos vão correndo

Ver o sol chegar


Menino sem condição

Irmão de todos os nus

Tira os olhos do chão

Vem ver a luz


Menino do mal trajar

Um novo dia lá vem

Só quem souber cantar

Vira também


Negro bairro negro

Bairro negro

Onde não há pão

Não há sossego

Menino pobre o teu lar

Queira ou não queira o papão

Há-de um dia cantar

Esta canção


Olha o sol que vai nascendo

Anda ver o mar

Os meninos vão correndo

Ver o sol chegar


Se até dá gosto cantar

Se toda a terra sorri

Quem te não há-de amar

Menino a ti


Se não é fúria a razão

Se toda a gente quiser

Um dia hás-de aprender

Haja o que houver


Negro bairro negro

Bairro negro

Onde não há pão

Não há sossego


Menino pobre o teu lar

Queira ou não queira o papão

Há-de um dia cantar

Esta canção




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