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28 de maio de 2007

Depois de Maiakovski


Maiakovski

Poeta russo “suicidado” após a revolução de Lenin… escreveu, ainda no início do século XX:

Na primeira noite, eles se aproximam
E colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.


Na segunda noite, já não se escondem,
Pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles, entra
Sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
E, conhecendo o nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.

Depois de Maiakovski …

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)

Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar…

Martin Niemöller, 1933
- símbolo da resistência aos nazistas.

Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima;
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho…

Cláudio Humberto, em 09 FEV 2007

O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakovski.

Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vaporizam o erário, aniquilam as instituições e deixam aos cidadãos os ossos ruídos e o direito ao silêncio: porque a palavra, há muito se tornou inútil…

- até quando?


( composição de autor desconhecido, recebida por email)

26 de maio de 2007

Criança Indigo na ONU

A Cimeira da TerraECO’92, que se realizou no Rio de Janeiro, teve como pano de fundo o drama ambiental que a Amazónia vivia (e continua a viver) com a destruição impúdica e assassina da sua área florestal, provocada maioritariamente pelo alargamento das áreas de exploração agropecuária e a extracção de madeiras exóticas destinadas aos países ricos.

Dessa conferência recordo particularmente, como se o estivesse a ler pela primeira vez, o discurso proferido por uma criança da ECO. Nunca o tinha ouvido - de viva voz - e digo-vos que o som é incomensuravelmente mais emocionante do que as letras dos jornais da época.

Hoje recebi uma mensagem da minha Professora Dª Maria Albertina Coelho Estácio, com uma mensagem (que vou passar a transcrever) e a ligação ao vídeo (que também segue já). Decidi publicar a mensagem porque sei que a autora, mais do que para mim, pretende que ela seja global.

O gosto que manifesto pela linguística e pela literatura a esta Senhora o devo. Tínhamo-nos “perdido” na voragem do tempo e do espaço. Voltámos a saber um do outro há relativamente pouco tempo - precisamente por via deste meio que utilizamos agora - e encantou-me descobrir que a Dª Maria Albertina continua a ser (e penso que nunca o deixará de ser) a Minha Professora do secundário. E, para além do mais, agradou-me verificar que não parou no tempo… nem podia, sendo como é: uma pessoa que sabe, do futuro, aquilo que há de melhor no passado – o saber da vida. Coisa que, pelos vistos, é de muito difícil assimilação por quem governa e determina os destinos do Mundo – Nós, os viventes actuais.

Antes de ler a mensagem da Dª Maria Albertina vejam o vídeo que se mostra, dia a dia e infelizmente, cada vez mais actual.

“Compartilho, pois é de extrema importância para o futuro de nossa Casa Maior - Gaya - este belo planeta a que chamamos Terra, de uma riqueza e diversidade incalculáveis e que está sendo delapidado a uma velocidade cada vez maior, com altíssimo risco para todos os seus habitantes, nós incluídos, claro! E, por incrível que pareça, somos os mais ameaçados! Quem se dá conta disso?!!! Refletir sobre tudo isso e sobretudo sobre a nossa quota de responsabilidade nessa destruição é muito importante! Qual a nossa escolha? Continuarmos omissos ou adotar um comportamento ecológico, baseado na simplicidade voluntária e através dele procurar sensibilizar e conscientizar, pelo menos aqueles que estejam mais próximos de nós, quanto à responsabilidade de cada um na recuperação e manutenção da nossa única Casa. Não há saída pois não há outro lugar para se ir. Embora haja queixas de que já encontramos muitas coisas erradas, que fizemos para as corrigir? Que herança deixaremos para as futuras gerações, se elas tiverem possibilidade de aqui nascer?

Essa criança que corajosamente interpelou os representantes da maioria dos países na ONU, é um ótimo exemplo. Basta que alguns façam grandes coisas! Porém, se cada um de nós fizer as pequenas, por muito insignificantes que as achemos, muito será feito e será conseguido. Confio em que todos juntos fiaremos com a Vida e Ela nos ajudará a conquistar o direito de recuperar o que foi depredado, salvar o que está ameaçado e preservar o que de bom ainda existe, para o nosso bem e o bem-estar de todos sem exceção.

Com muito carinho

Maria Albertina”


Saiba mais sobre a Cimeira da Terra
[clicar nas imagens]

un.brasilia FolhaGilPortugal

daEco92aRio+10Wamani

14 de maio de 2007

Avilos & Outros Kambas



















Como os amigos do Angola Haria já repararam, desapareceram da coluna da direita os índices “Avilos”, “Sítios Úteis” e “+ Imagens de Angola”.

Passaram para a nova página “Avilos & Outros Kambas”, com acesso por “As Outras Páginas”, “1. Diversas”.

Na página “Avilos & Outros Kambas” continuam todos os links, provisoriamente dispostos como aqui estavam.

Existirá um artigo para cada sítio (mas não para todos, estando neste caso incluídos os institucionais e similares), com os seus dados característicos e um curto comentário.

Quando a nova estrutura estiver completa o acesso far-se-á da seguinte forma:

1. Na coluna da direita (índice temático) haverá um link para o artigo da página;

2. No artigo da página haverá um link - na imagem - para acesso ao sítio respectivo.

Boas leituras.

admário costa lindo

2 de maio de 2007

Angola na 116ª Conferência da UIP



Decorre em Bali, na Indonésia, entre 30 de Abril e 4 de Maio, a 116ª Conferência da União Inter-Parlamentar (UIP), subordinada ao tema “Aquecimento Global – Dez Anos Depois de Kyoto”.

Angola está representada por uma delegação chefiada pelo Presidente da Assembleia Nacional, Roberto de Almeida e composta pelos deputados Bernarda da Silva, Ângela Bragança, Manuel Lourenço, Armando Machado e José Kativa.

Manuel Lourenço defendeu, na Comissão de Desenvolvimento Sustentável, Finanças e Comércio, a promoção de políticas sustentáveis com vista ao combate ao desemprego e à pobreza, adiantando que o desenvolvimento de políticas agrícolas duradouras pode dar uma importante contribuição para a criação de empregos, nomeadamente nos países em vias de desenvolvimento, onde a grande maioria da população é camponesa: "A agricultura tradicional reduz a dependência alimentar e pode criar excedentes para a troca, o que, em última instância, significa geração de rendimentos e redução da pobreza nos seus aspectos económicos". Segundo Lourenço, o grande desafio do futuro no que concerne a este combate passa pela elaboração de planos nacionais que articulem os sistemas de ensino e formação, a evolução tecnológica e a procura de mão-de-obra pelo sistema produtivo.

Armando Machado dissertou, na Comissão de Democracia e Direitos Humanos sob o lema" Promoção da Diversidade e da Igualdade de Direitos Para Todos", sobre os últimos desenvolvimentos registados em Angola em matéria de garantia de direitos humanos e reforço da democracia. Segundo este deputado, desde a realização das primeiras eleições gerais em 1992, o país regista um crescimento na participação dos cidadãos na vida política activa e no exercício dos seus direitos. Afirmou ainda que o sistema eleitoral angolano, sobretudo o referente à eleição do parlamento, estabelece um conjunto de regras que não permite qualquer tipo de discriminação com base nas diferenças de sexo, opções políticas, religiosas ou étnicas e que a legislação eleitoral actual prevê nas listas de candidatos a deputados uma percentagem de ambos os sexos não inferior a 50 por cento.

Na Sessão Plenária Roberto de Almeida defendeu uma acção fiscalizadora mais activa dos parlamentos mundiais no controlo dos actos dos governos com incidência sobre o ambiente. Almeida explicou que esta sua posição é cada vez mais justificada face à ameaça da sobrevivência humana, resultante da degradação dos recursos naturais, da extinção de espécies da fauna e da flora selvagens e da subida das temperaturas causada pela emissão de gases poluentes, tudo isto provocado pela acção humana. Roberto de Almeida atribuiu aos países desenvolvidos o maior peso de responsabilidade por esta degradação, uma vez que são eles os responsáveis pela maior parte das emissões de gases com efeito estufa, desde a Revolução Industrial.

A UIP, sediada em Genebra, na Suiça, foi criada em 1889 com o objectivo de promover contactos e troca de experiências entre Parlamentos.





fontes: