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14 de março de 2017

Mulheres e Homens-Deuses






Acho para mim que não há homens nem mulheres infalíveis. O que é o mesmo que dizer que, a não ser Deus para quem acredita Nele, Ninguém, para quem não acredita, está acima da crítica.
Vem isto a respeito da tirada da Dona Teodora Cardoso de que o défice para 2016 é um milagre. Não foi Deus que o disse, foi a Dona Teodora que, obviamente, não é Deus.

Há, no entanto quem pense que é. É ocaso do senhor Presidente do Grupo parlamentar do PSD, Luís Montenegro que defende com unhas e dentes a Dona Teodora. A anatomia é sua e ele pode bem fazer o que dela entender. Luís Montenegro atirou-se ao Senhor Presidente da República, como se este não tivesse direito a opinião própria, por este ter afirmado que a redução do défice "não é milagre" e que "milagre este ano em Portugal só vamos celebrar um que é o de Fátima para os crentes." Como se isto fosse alguma mentira!

Luís Montenegro também se lançou contra o Senhor Primeiro-Ministro, António Costa que acusou de “apoucar e amesquinhar” as declarações de Teodora Cardoso e que  o Governo e os partidos que o apoiam querem “condicionar, quase restringir, quer a actuação da oposição quer a actuação de instituições independentes. Isso é intolerável em democracia e eu não calarei a minha voz nunca nesse debate”. Pode bem o Presidente do Grupo Parlamentar do PSD não se calar até à afonia que, na verdade, quem pretende condicionar e restringir o que quer que seja é ele, Luís Montenegro, para quem o Governo não pode ter opinião própria.

Outro defensor e mais acérrimo, da Dona Teodora é o Comendador Marques de Correia, que não conheço e por isso não sei se esse será o seu próprio nome ou um pseudónimo literário.
“Caro Tiago, o facto de a Dona Teodora ter emprego e salário não é milagre. Desde logo porque para os marxistas-leninistas, materialistas históricos como nós, não há milagres.” Ah não! Então, segundo o Senhor Comendador, a Dona Teodora bem poderia ter ficado calada!

O Senhor Comendador, mesmo sendo velho, como pelos vistos é, não sabe que qualquer pessoa merece tanto respeito, sendo jovem, como qualquer indivíduo de 75 anos, por mais muito que este tenha feito a Bem da Nação.

Abomino os Homens-Deuses.




Fontes:
Comendador Marques de Correia. Conselhos ao Jovem Deputado Miguel Tiago, Que, Sendo Novo, Desconhece Certas Realidades, Revista Expresso, edição 2315, 11.03.2017.
COSTA, Vítor & FRANCO, Graça, Redução do défice foi feita com “medidas que não são sustentáveis”, Público online, [url] https://www.publico.pt/2017/03/02/economia/noticia/reducao-do-defice-foi-feita-com-medidas-que-nao-sao-sustentaveis-1763713, ac. 02.03.2017.
ECO – Economia Online, Montenegro: Marcelo foi “deselegante” com Teodora Cardoso, [url] https://eco.pt/2017/03/09/montenegro-marcelo-foi-deselegante-com-teodora-cardoso/, ac. 09.03.2017.
LUSA & PÚBLICO, Marcelo responde a Teodora Cardoso: redução do défice "não é milagre", Público online, [url] https://www.publico.pt/2017/03/02/politica/noticia/marcelo-responde-a-teodora-cardoso-reducao-do-defice-nao-foi-milagre-1763781, ac. 02.03.2017.


15 de janeiro de 2017

A moral da Moody’s …

afinal, é uma m…



foto: greece.greekreporter.com


A agência de notação financeira Moody’s manteve, esta sexta-feira, inalterado o rating de Portugal em Ba1, optando por não fazer uma nova avaliação.

Já estamos habituados.

No entanto, esta agência acordou pagar uma multa de 864 milhões de dólares pelo seu papel na sobreavaliação de obrigações hipotecárias de alto risco, antes da crise de 2008, não cumprindo “com os seus próprios critérios de avaliação de crédito e falhou no seu compromisso com a transparência no período prévio à grande recessão”, afirmou em comunicado o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Bill Baer.

Segundo a investigação do Departamento de Justiça foi demonstrado que “a Moody’s enganou os investidores ao inflacionar a qualidade de créditos hipotecários durante os anos prévios ao colapso financeiro de 2008”.

A Moody's, diz o Departamento de Justiça, “assumiu ter alterado as suas metodologias, sem que o público e os seus clientes fossem informados disso” e “colocou em xeque todo o processo de avaliação do risco dos activos que se oferecem aos investidores, ao manipular a sua própria metodologia para preservar o negócio e conservar os clientes.

Os Estados Unidos já haviam multado “a agência  Standard & Poor’s (S&P) em 1.325 milhões de dólares”, em 2015, “por inflacionar obrigações hipotecárias de alto risco e, no ano passado, a Godman Sachs, com quem alcançaram um acordo por 5.100 milhões de dólares”.

“A multa mais alta imposta pelo Governo dos Estados Unidos pela crise do ‘subprime’ foi aplicada em 2014 ao Bank of America, cerca de 16.500 milhões de dólares, enquanto recentemente o Deutsche Bank acordou pagar 3.100 milhões de dólares”.

fontes:



10 de janeiro de 2017

Mário Soares 1924-2017


Mário Soares, retrato oficial por Júlio Pomar



Morreu Mário Soares, o presidente da Liberdade, como lhe chamou o Jornal de Notícias.

Mário Alberto Nobre Lopes Soares nasceu a 7 de Dezembro de 1924 em Lisboa,  segundo filho do antigo sacerdote, professor e pedagogo, que foi Ministro das Colónias na Primeira República, João Lopes Soares, natural de Leiria e de Elisa Nobre Baptista, professora da instrução primária,natural de Santarém.

Foi casado com Maria Barroso,  pai de João Barroso Soares e de Isabel Barroso Soares, bem como tio paterno por afinidade do cronista e antigo deputado e secretário de Estado Alfredo Barroso e tio materno por afinidade do cineasta Mário Barroso (chamado Mário Alberto em sua homenagem e de quem é padrinho) do médico-cirurgião Eduardo Barroso e da bailarina Graça Barroso. 

Foi advogado e professor do ensino secundário privado. Dirigiu o Colégio Moderno, fundado por seu pai.

Defendeu presos políticos, participando em numerosos julgamentos no Tribunal Plenário e no Tribunal Militar. Representou Álvaro Cunhal, acusado de crimes políticos e a família de Humberto Delgado, na investigação do seu assassinato. Com Adelino da Palma Carlos defendeu a causa dinástica de Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança.

A sua actividade política iniciou-se nos grupos de oposição ao Estado Novo, actividade que o levaria à prisão por 12 vezes (cumpriu um total de cerca de três anos de cadeia) e levaria o governo de Salazar a deportá-lo para São Tomé, onde permaneceu até o governo de Marcello Caetano lhe permitir o exílio em França.

1943 – Adere ao Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF), estrutura ligada ao Partido Comunista Português (PCP), por influência de Álvaro Cunhal.

1946 – Integra a Comissão Central do Movimento de Unidade Democrática (MUD), sob a presidência de Mário de Azevedo Gomes. É co-fundador do MUD  Juvenil e membro da sua primeira Comissão Central.

1949, 22 de Fevereiro -  Casa-se na prisão, com registo na 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, com Maria Barroso.

1949 – É secretário da Comissão Central da candidatura do general Norton de Matos à Presidência da República.

1951 – Licencia-se em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

1955 – Afasta-se do PCP e funda a Resistência Republicana e Socialista, reunindo aí outros elementos vindos do PCP (como Fernando Piteira Santos, expulso do PCP em 1949), da União Socialista (como Manuel Mendes, antigo militante do MUD Juvenil), Gustavo Soromenho, Ramos da Costa, José Ribeiro dos Santos, Teófilo Carvalho Santos, José Magalhães Godinho e outros.

1956 – em nome da Resistência Republicana e Socialista e a convite de Armando Adão e Silva entra para o Directório Democrato-Social, de que faziam parte António Sérgio, Jaime Cortesão e Azevedo Gomes.

1957 – Licencia-se em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

1958 – Pertence à comissão da candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República.

1961 – É redactor e signatário do Programa para a Democratização da República. 

1965 - Candidata-se a deputado à Assembleia Nacional do Estado Novo, nas listas da Oposição Democrática, pela Comissão Democrática Eleitoral (CDE). 

1968 – É deportado, sem julgamento, para a ilha de S. Tomé, pelo governo de Salazar.

1969 - Candidata-se a deputado à Assembleia Nacional do Estado Novo, nas listas da Oposição Democrática, pela Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD). 

1970 – Exila-se em França. Durante o período de exílo (1970-1974) é chargé de cours nas universidades de Paris VIII (Vincennes) e Paris IV (Sorbonne) e professor convidado na Faculdade de Letras da Universidade da Alta Bretanha, em Rennes, que mais tarde lhe atribui o grau de Doutor Honoris Causa.

1972 – Ainda durante o exílio vai à loja maçónica parisiense "Les Compagnons Ardents", da "Grande Loge de France", pedir apoio para a luta política contra o Estado Novo e ingressa na maçonaria, segundo ele próprio, optando depois por ficar "adormecido".

1973, 19 de Abril -  Exilado em França, funda, com outros camaradas, o Partido Socialista Português.

1974, 28 de   Abril – regressa a Portugal, no chamado "Comboio da Liberdade", na sequência da Revolução de 25 de Abril.

1974, Março – É nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros, cargo que exerce até Março de 1975; impulsiona a independência das colónias portuguesas, sendo responsável por parte desse processo. 

1975, 25 de Abril – PS Ganha as eleições para a Assembleia Constituinte.

1976, 23 de Julho – É nomeado 105º Primeiro-Ministro de Portugal, no I Governo Constitucional. Sucedeu a Vasco de Almeida e Costa (nomeado interinamente) e antecedeu Alfredo Nobre da Costa. 

1977, Março – Inicia a colaboração no processo de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE)- 

1978, 23 de Janeiro - É o Chefe do II Governo Constitucional. A formação do Governo resultou de um acordo de incidência parlamentar entre o Partido Socialista (PS) e o Centro Democrático Social (CDS). Exerceu o cargo até 28 de Agosto de 1978, na sequência de desentendimentos entre os dois partidos.

1983, 9 de Junho – É o 112º Primeiro-Ministro de Portugal, Chefe do IX Governo Constitucional. A formação do Governo resultou de um acordo de incidência parlamentar entre o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD), com base nos resultados das eleições legislativas de 1983. Sucedeu a Francisco Pinto Balsemão e antecedeu Aníbal Cavaco Silva. Exerceu o cargo até 6 de Novembro de 1985.

1985, 12 de Julho - Subscreve, como primeiro-ministro, o Tratado de Adesão à CEE. 

1986, 8 de Março – É eleito 17º Presidente da República Portuguesa (1.º mandato de 10 de Março de 1986 a 1991, 2.º mandato de 13 de Janeiro de 1991 a 1996). Sucedeu a Ramalho Eanes e antecedeu Jorge Sampaio. Exerceu o cargo até 9 de Março de 1996.

1987, 21 Janeiro – Recebe, das mãos do rei da Suécia, a medalha de Cavaleiro da Ordem Real do Serafim.

1991 - Inaugura a Fundação Mário Soares. 

1995, Dezembro - Assume a presidência da Comissão Mundial Independente Sobre os Oceanos.

1997, Setembro - É escolhido para a presidência do Comité Promotor do Contrato Mundial da Água.
No mesmo ano assume a presidência da Fundação Portugal África — fundada pelo Banco de Fomento e Exterior (posteriormente integrado no Banco Português de Investimento) — e a presidência do Movimento Europeu Internacional (MEI), uma ONGD cuja fundação remonta ao pós-Segunda Grande Guerra e que impulsionou da fundação do Conselho da Europa, em 1949.

1999 -  três anos depois de terminar o seu mandato como Presidente do MEI, Mário Soares é o cabeça-de-lista do PS às eleições europeias. Uma vez eleito é logo de seguida candidato a presidente do Parlamento Europeu, mas perde a eleição para Nicole Fontaine, a quem não tem pejo em afirmar que tem «um discurso de dona de casa», no sentido pejorativo do termo.

2005, 22 de Fevereiro – Soares surpreende o país ao aceitar um regresso à disputa pelo cargo de Presidente da República. O motivo da sua entrada na corrida é nem mais nem menos do que impedir que José Sócrates, então secretário-geral do PS tivesse de apoiar o candidato Manuel Alegre, após algumas crispações deste histórico do PS com as hostes do seu próprio partido. Soares obtém apenas o terceiro lugar, com 14% dos votos, ficando inclusive atrás da candidatura (que acabou por não ter apoio partidário) de Manuel Alegre. Aníbal Cavaco Silva vence as eleições com maioria absoluta.

2007 – É nomeado presidente da Comissão de Liberdade Religiosa.

2009 – É patrono do International Ocean Institute, cargo que exerce até à sua morte.

2010 - Preside ao Júri do Prémio Félix Houphouët-Boigny, da UNESCO.

2010, 11 de Outubro - Recebe o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Lisboa aquando das comemorações do seu centenário, coincidindo com as comemorações do centenário da República Portuguesa (5 de Outubro).

2013 - Com 89 anos, é eleito a personalidade do ano,pela imprensa estrangeira, radicada em Portugal.

2016, 25 de Abril - Recebe a chave da cidade de Lisboa, do presidente da CML, Fernando Medina, a mais alta distinção atribuída pelo município a personalidades com relevância nacional e internacional.

2017, 7 de Janeiro – Falece, às 15h28m, aos 92 anos de idade, no Hospital da Cruz Vermelha, em São Domingos de Benfica, Lisboa, depois de ter estado mais de duas semanas internado em coma profundo.


a descolonização

Embora Mário Soares não tenha sido o único fautor do processo de descolonização e, não obstante, tenha afirmado que a "Descolonização foi óptima", o seu retrato no caso ficou, para os retornados, muito desfocado.

A sua declaração ao Der Spiegel, então, foi, para eles, hedionda:

"Portanto, se necessário, o exército português fará fogo sobre portugueses brancos?"

"Ele não hesitará e não pode hesitar. O exército já mostrou que tem mão forte e quer manter a ordem a todo o custo."

Esse mesmo exército só não teve "mão forte", "não quis manter a ordem a todo o custo" e não disparou contra os desmandados da FNLA, MPLA e UNITA, quando estes puseram Luanda a ferro e fogo.

Os retornados não perdoam a Mário Soares que, na Cimeira de Alvor, não tenha estado nenhum representante dos portugueses radicados em África (e portugueses nascidos em África, seus descendentes), que, durante o processo de descolonização a sua segurança tenha sido deixada ao deus-dará (muitos portugueses foram chacinados antes da independência de Angola e Moçambique) e não terem sido acautelados os seus haveres. Para Portugal, os retornados apenas trouxeram alguns caixotes com "tachos e panelas".


Fontes:
Wikipédia


última actualização 13.01.2017

6 de janeiro de 2017

Diamantes de Sangue



"Diamantes de Sangue - Corrupção e Tortura em Angola"
autor: Rafael Marques
Edições Tinta da China
240 páginas
6ª edição, Fevereiro de 2013
ISBN 978-989-671-085-9


Rafael Marques de Morais (Luanda, 31 de Agosto de 1971) é jornalista de investigação e activista dos direitos humanos.

Tornou-se conhecido internacionalmente por este livro/relatório, nascido da “necessidade de dar corpo consistente a um trabalho de investigação sobre a indústria angolana dos diamantes, que decorreu entre 2009 e 2011.”

Diamantes de Sangue em Angola
entrevista de Rafael Marques
SIC Notícias

Diamantes de Sangue
documentário Canal História

Diamante de Sangue
Filme de Edward Zwick


Continue a ler no eBiblos



última actualização: 08.01.2017

3 de janeiro de 2017

Imagens do Mundo 2016

As imagens que se seguem, publicadas na internet, referem-se aos assuntos que mais feriram a minha atenção durante o ano de 2016.

[clicar nas imagens para aumentar]



ANGOLA




Luaty Beirão embaraçou internacionalmente o regime de Luanda com uma greve de fome que durou 36 dias. Foi preso, juntamente com outros 16 jovens, sob a jucosa  acusação de conspirar contra o regime e preparar um atentado contra o Presidente de Angola. Nada disso era verdade. O problema do regime é que estes jovens estavam a ler e a comentar o livro “Filosofia Política da Libertação Para Angola”.

Os 17 ativistas angolanos  foram presos, julgados e condenados a penas de prisão que foram de dois a mais de oito anos de prisão.

O caso deu tanto brado que, três meses depois, foram soltos sob termo de identidade e residência. Mais tarde beneficiaram de uma amnistia decretada por José Eduardo dos Santos que, mesmo assim, não conseguiu lavar a cara de tão estapafúrdia borradela. 

O mais singular é que nada disto é novo, tudo isto é uma das muitas repetições que se sucedem em Angola e fede. O regime angolano já habituou o mundo a este circo hediondo.

Não obstante, há em Portugal quem defenda o regime de Zedu. É o caso de um tal Romeu, que afirma que os “males do regime” angolano, “as desigualdades sociais, a existência de zonas isoladas do país onde não há água ao domicílio nem saneamento básico”, “qualquer destes problemas existe no nosso país”.
Para saber mais:
Reis, Romeu Cunha. Angola é Nossa?, Terras do Ave, Vila do Conde, 28.12.2016.

Voltarei a este assunto mais tarde.

foto 1: não identificada
foto 2: Angonotícias/Jambakiaxi


ANIMAIS EM  PERIGO



Centro de criação de pandas-gigantes em Ya'an, uma província de Sichuan, na China.

Em agosto nasceram dez pandas bebes pela primeira vez. 

O Panda-Gigante, Ailuropoda melanoleuca, está classificado como VULNERÁVEL, pela IUCN Red List of Threatened Species.

É nativo da China e está Regionalmente Extinto em  Hunan  e Shaanxi, Sichuan.

fonte: Swaisgood, R., Wang, D. & Wei, F. 2016. Ailuropoda melanoleuca. (errata version published in 2016) The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T712A102080907. Downloaded on 03 January 2017.

foto: REUTERS/Stringer


EUA



Obama deixou a Casa Branca.


Entrou um mentecapto de peruca amarela.



FUTEBOL



Euro 2016
Cristiano Ronaldo, Nani e João Mário festejam o segundo golo de CR7 no jogo contra a Hungria.

foto: REUTERS/Max Rossi




Euro 2016
Eder marca o golo da vitória de Portugal, na final contra a França.

foto: BPI/Kleran MacManus



Euro 2016
Cristiano Ronaldo levanta a Taça, rodeado pelos companheiros.

foto: Getty Images





Cristiano Ronaldo ganha a Bola de Ouro da “France Football” 2016, sendo eleito o melhor jogador do Mundo pela quarta vez na carreira.

foto: NREntertain.com




O selecionador português, Fernando Santos, foi distinguido com o prémio de Melhor Treinador do Mundo, na sétima edição dos 'Globe Soccer Awards'.

 O técnico português foi também  considerado o Melhor Selecionador de 2016, pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol.

foto: jornal i


NATUREZA





A Floresta Mágica.

Acredite ou não, a floresta mística retratada nesta bela fotografia existe na realidade. Chamada Hallerbos (ou Floresta de Halle, em holandês), está localizada na Bélgica e parece ter saído das histórias de encantar, de princesas, fadas e magia.

foto: REUTERS/Yves Herman

saber mais em




OLIMPISMO



O jogador canadiano Adam Lancia beija a esposa Jamey Jewells após o jogo de basquetebol feminino em cadeira de rodas, nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, demonstrando que a deficiência não é um limite para o desporto nem para o amor.

Jamey Jewells é bicampeã do mundo e usa cadeira de rodas desde os 14 anos, depois de um acidente de automóvel. Adam é bicampeão olímpico, também de basquetebol em cadeiras de rodas, nasceu sem parte das pernas e usa próteses desde o primeiro ano de vida.

O menos importante desta foto é que o Canadá venceu a China no encontro de basquetebol feminino.

foto: REUTERS/Ueslei Marcelino




O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa condecorou, com o título de Comendador da Ordem de Mérito, os atletas portugueses medalhados nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

Foram condecorados a olímpica Telma Monteiro e os paralímpicos Abílio Valente, António Marques, Cristina Gonçalves, Fernando Ferreira, José Macedo, Luís Gonçalves e Manuel Mendes.


ONU




António Guterres foi aclamado Secretário-Geral da ONU.

"A globalização fez aumentar as desigualdades. Muita gente ficou para trás, incluindo nos países desenvolvidos."

"A UNO deve estar preparada para mudar", afirmou Guterres no discurso deposse.



POLUIÇÃO




Ilha Midway, Pacífico.
Esta carcaça de albatroz revela a ingestão de grande quantidade de plástico acumulada nas praias. 

“É o mesmo o destino dos filhos dos homens e o destino dos animais; um mesmo fim os espera. Como a morte de um assim é a morte do outro. A ambos foi dado o mesmo sopro, e o homem não tem qualquer vantagem sobre o animal, pois tudo é ilusão.” (Bíblia, Eclesiastes 3:19)

foto: Chris Jordan / Global Population Speak Out  



REFUGIADOS




Alheias aos problemas, crianças  brincam felizes num acampamento improvisado para migrantes e refugiados, na fronteira entre a Grécia e a Macedónia,

foto: REUTERS/Marko Djurica.



EM EDIÇÃO


última actualização:  07.01.2017.

24 de dezembro de 2016

FELIZ NATAL
E
PRÓSPERO ANO NOVO

é  o que desejo a todos os visitantes e amigos

in https://youtu.be/m1oIm_TCNwc


9 de julho de 2015

o sorriso da lua






Canivete é um Mukuankala que todos dias, durante a primeira classe, me acompanha na escola, no ir e no vir. Adoro as estórias que ele me conta. Aprecio sobremaneira as suas explicações sobre as palavras e termos da sua língua-mãe, cantaroladas e abundantes de estalinhos da língua que se entremeiam nas estórias. Acho, até, que foi ele o primeiro responsável pela minha apetência pela Cultura Angolana.

Nem sinto a longa caminhada. A escola fica quase no princípio da vila e eu moro no extremo oposto, onde não há estrada nem de terra-batida, bem para lá da barreira de casuarinas, na pescaria do Venâncio Pobre.

Naquele dia sexta-feira paro, já perto de chegar em casa, sento-me no areal e puxo Canivete pela mão para que faça o mesmo, Queres ver, Canivete, eu já sei ler!?

Abro o livro de leitura da 1ª classe. Canivete parece mais feliz, mais criança do que eu, a criança verdadeira. Aprecia os desenhos bonitos e a arquitectura das letras.

I, g-r-e gre, j-a ja, igreja. Vês como sei! Lê agora tu, aponto para o desenho de uma árvore - não é casuarina mas é uma árvore ainda assim - e para as letras correspondentes.


Eu não sabe ler, minino, diz-me Canivete com os olhos tristes que falam mais do que a boca.


continuar a ler »»»»»»



26 de abril de 2014

40 Anos - Filhos da Madrugada

EM ACTUALIZAÇÃO





Canto Moço - Ritual Tejo


A Morte Saiu À Rua - Miro Casavella 




 As Sete Mulheres do Minho - Faltriqueira




Balada do Outono - Couple Coffee 




Canção de Embalar – Diva



Cantigas do Maio – Carlos Paredes (guitarra Portuguesa), Nuno Guerreiro e Natália Casanova (vozes), Fernando Alvim (viola) e Manuel Paulo (órgão e acordeão) 


Chamaram-me Cigano - Resistência 




De não saber o que me espera – Jacinta




Endechas a Bárbara Escrava - Sérgio Godinho




Grândola Vila Morena - Joan Baez 




Maio, Maduro Maio - Madredeus 


Menino do Bairro Negro - Mariza 




Redondo Vocábulo - Janita Salomé 




Os Índios da Meia-praia - Dulce Pontes e Júlio Pereira 




Que amor não me engana - A Tela




Traz outro amigo também – Vitorino




Utopia - João Afonso 




Venham Mais Cinco - Tito Paris, Vitorino, Janita Salomé, Luis Pastor e Júlio Pereira





Verdes São os Campos – Uxia



Carta ao Zeca - José Mário Branco







25 de abril de 2014

Os Vampiros

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés de veludo
Chupar o sangue fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [Bis]

A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas

São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhe franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada



até parece que foi composta hoje!







24 de abril de 2014

Traz Outro Amigo Também



Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram

Traz outro amigo também

18 de janeiro de 2014

Acordo ortográfico: acabar já



Acordo ortográfico: acabar já com este erro antes que fique muito caro
Passado um período de transição, pode voltar-se rapidamente à norma ortográfica vigente e colocar o acordo na gaveta das asneiras de Estado, junto com as PPP e os contratos swaps e muita da “má despesa”.
O acordo ortográfico é uma decisão política e como tal deve ser tratado. Não é uma decisão técnica sobre a melhor forma de escrever português, não é uma adaptação da língua escrita à língua falada, não é uma melhoria que alguém exigisse do português escrito, não é um instrumento de cultura e criação.
É um acto político falhado na área da política externa, cujas consequências serão gravosas principalmente para Portugal e para a sua identidade como casa-mãe da língua portuguesa. Porque, o que mostra a história das vicissitudes de um acordo que ninguém deseja, fora os governantes portugueses, é que vamos ficar sozinhos a arcar com as consequências dele.

O acordo vai a par do crescimento facilitista da ignorância, da destruição da memória e da história, de que a ortografia é um elemento fundamental, a que assistimos todos os dias. E como os nossos governantes, salvo raras excepções, pensam em inglês “economês”, detestam as humanidades, e gostam de modas simples e modernices, estão bem como estão e deixam as coisas andar, sem saber nem convicção.
O mais espantoso é que muitos do que atacaram o “eduquês” imponham este português pidgin, infantil e rudimentar, mais próximo da linguagem dos sms, e que nem sequer serve para aquilo que as línguas de contacto servem, comunicar. Ninguém que saiba escrever em português o quer usar, e é por isso que quase todos os escritores de relevo da língua portuguesa, sejam nacionais, brasileiros, angolanos ou moçambicanos, e muitas das principais personalidades que têm intervenção pública por via da escrita, se recusam a usá-lo. As notas de pé de página de jornais explicando que, “por vontade do autor”, não se aplicam ao seu texto as regras da nova ortografia são um bom atestado de como a escrita “viva” se recusa a usar o acordo. E escritores, pensadores, cronistas, jornalistas e outros recusam-no com uma veemência na negação que devia obrigar a pensar e reconsiderar.

Se voltarmos ao lugar-comum em que se transformou a frase pessoana de que a “minha pátria é a língua portuguesa”, o acordo é um acto antipatriótico, de consequências nulas no melhor dos casos para as boas intenções dos seus proponentes, e de consequências negativas para a nossa cultura antiga, um dos poucos esteios a que nos podemos agarrar no meio desta rasoira do saber, do pensar, do falar e do escrever, que é o nosso quotidiano.

Aos políticos que decidiram implementá-lo à força e “obrigar” tudo e todos ao acordo, de Santana Lopes a Cavaco Silva, de Sócrates a Passos Coelho, e aos linguistas e professores que os assessoraram, comportando-se como tecnocratas – algo que também se pode ter do lado das humanidades, normalmente com uma militância mais agressiva até porque menos "técnicas" são as decisões –, há que lembrar a frase de Weber que sempre defendi como devendo ser inscrita a fogo nas cabeças de todos os políticos: a maioria das suas acções tem o resultado exactamente oposto às intenções. O acordo ortográfico é um excelente exemplo, morto pelo  “ruído” do mundo. O acordo ortográfico nas suas intenções proclamadas de servir para criar uma norma do português escrito, de Brasília a Díli, passando por Lisboa pelo caminho, acabou por se tornar irritante nas relações com a lusofonia, suscitando uma reacção ao paternalismo de querer obrigar a escrita desses países a uma norma definida por alguns linguistas e professores de Lisboa e Coimbra.

O problema é que sobra para nós, os aplicantes solitários da ortografia do acordo. O acordo, cuja validade na ordem jurídica nacional é contestável, que nenhum outro país aprovou e vários explicitamente rejeitaram, só à força vai poder ser aplicado. A notícia recente de que, nas provas – que acabaram por não se realizar – para os professores contratados, um dos elementos de avaliação era não cometerem erros de ortografia segundo a norma do acordo mostra como ele só pode ser imposto por Diktat, como suprema forma de uma engenharia política que só o facto de não se querer dar o braço a torcer explica não ser mudado.

Porém, começa a haver um outro problema: os custos de insistirem no acordo. A inércia é cara e no caso do acordo todos os dias fica mais cara. A ideia dos seus defensores é criar um facto consumado o mais depressa possível. É esta a única força que joga a favor do acordo, a inércia que mantém as coisas como estão e que implica custos para o nosso défice educativo e cultural.

É o caso dos nossos editores de livros escolares que começaram a produzir manuais conforme o acordo e que naturalmente querem ser ressarcidos dos seus gastos. Mas ainda não é um problema insuperável e, acima de tudo, não é um argumento. Passado um período de transição, pode voltar-se rapidamente à norma ortográfica vigente e colocar o acordo na gaveta das asneiras de Estado, junto com as PPP e os contratos swaps, e muita da “má despesa”. Porque será isso que o acordo será, se não se atalhar de imediato os seus estragos no domínio cultural.

O erro, insisto, foi no domínio da nossa política externa com os países de língua portuguesa, e esse erro é hoje mais do que evidente: os brasileiros, em nome de cuja norma ortográfica foram introduzidas muitas das alterações no português escrito em Portugal, nunca mostraram qualquer entusiasmo com o acordo e hoje encontram todos os pretextos para adiar a sua aplicação. No Brasil já houve vozes suficientes e autorizadas para negar qualquer validade a tal acordo e qualquer utilidade na sua aplicação. Os brasileiros que têm um português dinâmico, capaz de absorver estrangeirismos e gerar neologismos com pernas para andar muito depressa, sabem que o seu “português” será o mais falado, mas têm a sensatez de não o considerar a norma.

Nós aqui seguimos a luta perdida dos franceses para a sua língua falada e escrita, também uma antiga língua imperial hoje em decadência. Querem, usando o poder político e o Estado, manter uma norma rígida para a sua língua para lhe dar uma dimensão mundial que já teve e hoje não tem. Num combate insensato contra o facto de o inglês se ter tornado a língua franca universal, legislam tudo e mais alguma coisa, no limite do autoritarismo cultural, não só para protegerem as suas “indústrias” culturais, como para “defender” o francês do Canadá ao Taiti. Mas como duvido que alguém que queira obter resultados procure no Google por “logiciel”, em vez de “software”, ou “ordinateur”, em vez de “computer”, este é um combate perdido.


Está na hora de acabar com o acordo ortográfico de vez e voltarmos a nossa atenção e escassos recursos para outros lados onde melhor se defende o português, como por exemplo não deixar fechar cursos sobre cursos de Português nalgumas das mais prestigiadas universidades do mundo, ter disponível um corpo da literatura portuguesa em livro, incentivar a criatividade em português ou de portugueses e promover a língua pela qualidade dos seus falantes e das suas obras. Tenho dificuldade em conceber que quem escreve aspeto – o quê? – em vez de aspecto, em português de Portugal, o possa fazer.