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16 de junho de 2006

Multipartidarismo em Angola

Convite para lançamento em Portugal do livro:
"O Processo de transição para o multipartidarismo em Angola"
Nuno Vidal & Justino Pinto de Andrade (eds. & orgs.)
Dia 22 de Junho (Quinta-feira), 18h. Fundação Cidade de Lisboa, Campo
Grande, n.380 (ao lado da Universidade Lusófona).
A sessão de lançamento do livro tem a cobertura e apoio da RDP-África e
conta com apresentações musicais ao vivo de vários grupos de música
Africana.
Entrada Livre.

New Book on multiparty politics in Angola; presentation in Lisbon,
June 22, 18h, Fundação Cidade de Lisboa, Campo Grande n. 380;
musical live performances by several African groups;
Free entrance

Título: O Processo de Transição para o Multipartidarismo em Angola
Nuno Vidal & Justino Pinto de Andrade (eds. & orgs.)
Prefácio de Patrick Chabal
Participações: António Burity da Silva, José Manuel Imbamba,
José Manuel Pureza, Augusto Rogério Leitão, Patrick Chabal,
Douglas Wheeler, Almerindo Jaka Jamba, Ruy Duarte de Carvalho,
João Batista Lukombo Nzatuzola, Alberto Oliveira Pinto,
Vicente Pinto de Andrade, Christine Messiant, Michel Cahen,
Filomeno Vieira Lopes, Jean-Michel Mabeko-Tali, Benjamim Castello,
Fernando Pacheco, João Paulo N´Ganga, Jorge Eurico, Mónica Rafael,
Aline Afonso Pereira, Cristina Salvador, Cristina Rodrigues,
Gerald Bender, Paulo Jorge, Arvind Ganesan, Manuel Paulo, Carlos Feijó,
Bornito de Sousa, Abel Chivukuvuku, Luís do Nascimento,
Lindo Bernardo Tito

Cobertura Institucional da Faculdade de Economia da Universidade de
Coimbra, do Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da
Universidade de Coimbra e da Universidade Católica de Angola
1ª. Edição Luanda e Lisboa, Maio de 2006
Apoios: Programa Lusitânia; Fundação para a Ciência e a Tecnologia
(Ministério da Ciência e do Ensino Superior); Gabinete de Relações
Internacionais da Ciência e do Ensino Superior (Ministério da Ciência e
do Ensino Superior); Instituto Camões (Ministério dos Negócios
Estrangeiros); Netherlands Institute for Southern Africa – NIZA;
RDP-África e Casa de Angola em Portugal.

No dia da apresentação o livro estará à venda na entrada do auditório
da Fundação Cidade de Lisboa a partir das 17.00h.
Orders outside of Angola / Encomenda de livros fora de Angola:
livrosencomendas@yahoo.com

Book contents / Estrutura do Livro
367 páginas; 367 pages

INDEX / ÍNDICE

Notas de Abertura……
António Burity da Silva (Ministro da Educação da República de Angola)
José Manuel Imbamba (Secretário Geral da Universidade Católica de
Angola – UCAN)
José Manuel Pureza (Coordenador do Núcleo de Estudos para a Paz do
Centro de Estudos Sociais - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

– CES/FEUC)
Rogério Leitão (Coordenador da Licenciatura em Relações Internacionais
da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra)

Prefácio…………
Transições políticas em Angola: et pluribus unum
Patrick Chabal (King's College London)

Introdução ………
Nuno Vidal (Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra - FEUC)
& Justino Pinto de Andrade (Universidade Católica de Angola - UCAN)

Capítulo I
Processo de transição para o multipartidarismo em Angola

Multipartidarismo em Angola………
Nuno Vidal (FEUC)

Angola e o multipartidarismo………
Justino Pinto de Andrade (UCAN)

Capítulo II
História, Cultura e Sociedade em Angola

Apresentação/Comentário………….
Justino Pinto de Andrade (UCAN)

As raízes do nacionalismo Angolano: publicações de protesto dos
assimilados, 1870-1940…
Douglas Wheeler (University of New Hampshire)

Considerações à volta da noção de identidade cultural angolana ….
Almerindo Jaka Jamba (União Nacional para a Independência Total de
Angola – UNITA)

Figuras, figurões & figurantes na cena democrática Angolana - papéis,
marcações e desempenhos.............
Ruy Duarte de Carvalho (Universidade Agostinho Neto, Angola)

Identidade, linguagem e memória em África: Angola entre o pluralismo e
o unitarismo sócio-cultural.
João Batista Lukombo Nzatuzola (Universidade Agostinho Neto,
Angola)…………

O discurso da "raça" em Angola: um obstáculo à construção da
democracia?............
Alberto Oliveira Pinto (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)

Capítulo III
O processo de transição política em Angola

Apresentação/Comentário…………….
Vicente Pinto de Andrade (UCAN)

Transição para o multipartidarismo sem transição para a democracia……
Christine Messiant (École des Hautes Études en Sciences Sociales –
Paris)

A problemática do pluralismo em Moçambique, numa perspectiva histórica
comparada.
Michel Cahen (Centre d'Étude d'Afrique Noire – Bordeaux)

Gestão do poder e desenvolvimento em Angola ………….
Filomeno Vieira Lopes (Frente para a Democracia – FpD, Angola)

Exclusão e estratégias de sobrevivência no Estado-nação: o caso das
transições políticas Congolesa e Angolana…………
Jean-Michel Tali (Howard University)

Capítulo IV
Sociedade Civil em Angola

Apresentação/Comentário………
Benjamin Castello (Jubileu 2000 Angola)


Sociedade civil e a construção da democracia em Angola
Fernando Pacheco (Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente,
ADRA-Angola)

Meios de comunicação social e a democracia em Angola……
João Paulo N'Ganga (Jornal Folha 8, Angola)

A sociedade civil e a democracia participativa em Angola………
Jorge Eurico (Associação Justiça Paz e Democracia – AJPD, Angola)

As dinâmicas da sociedade civil e o processo de transição
multipartidária em Angola..
Mónica Rafael (Núcleo de Estudos para a Paz/Centro de Estudos Sociais
da FEUC)

57 comentários:

Anónimo disse...

As personalidades que participaram neste levro são uma mais valia para o processo de democratização do país. Só isto, garante o sucesso desta e das próximas edições.
Já agora, aproveito a oportunidade para convidá-lo e visitar e a comentar o meu blog em www.angolasempre.blog.com , sobre diversos temas angolanos.
Carlos Lopes

Anónimo disse...

o livro com certeza e/sera um sucesso nao so devido as figuras que participaram para sua eleboracao,mas tambem pelo tema.Porque e altura de nos angolanos sabermos a verdade sobre o nosso Pais.e uma pena ainda nao ter tido a oportunidade de le-lo,mas tenho fe que vai servir de grande ajuda para entendermos o nosso Pais.
Massoni Cachala.

Anónimo disse...

O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES

Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 09 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.

Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário.
Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias.
Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola).
A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa.
Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré.
Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos.
De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.

Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eugénia Cruz , Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Conceição Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo José Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro núcleo da OMA ( fundada a organização das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Conceição Boavida ( esposa do Dr Américo Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de São Tomé e Príncipe).
A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Miguéis .


Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola).
Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA .
De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.

A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldville ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).

Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês.
Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da rádio GHANA para emissões em língua portuguesa.

Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.

Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.

Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.

Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo.
Em 1967 Dr Hugo José Azancot parte com esposa para a república popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e dão apoio aos guerrilheiros das bases em especial á Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congolês para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remuneração.

Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.

Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.

Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.

Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).

Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .

Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.

Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático).
Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.

A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia Angolana.

Anónimo disse...

UMA CRÍTICA MUITO DURA AOS MÉTODOS DO MPLA

Ao saber da conversa ocorrida em Acra (Ghana), Lúcio Lara reagiu: « Os cubanos falam de mais»

HUGO AZANCOT DE MENEZES

Longe de mim a pretensão de ter feito história ou de escrevê-la.
Contudo, vivi factos que envolvem, também , outros protagonistas.
Alguns, figuras ilustres. Outros, gente humilde, sem nome e sem história, relacionados, apesar de tudo, com períodos inolvidáveis das nossas vidas.
Alguns destes factos , ainda que de fraca relevância, podem ter interesse, como « entrelinhas da História», para ajudar a compreender situações controversas.
Conheci Ernesto Che Guevara em Acra , em 1964, e comprometi - me a não publicar alguns temas abordados na entrevista que tive o privilégio de lhe fazer como « repórter» do jornal Faúlha.

Já se passaram mais de 30 anos. O contexto actual é outro.
Pela primeira vez os revelo, na certeza de que já não é o quebrar de um compromisso, nem a profanação de uma imagem que no
A entrevista realizou-se na residência do embaixador de Cuba em Acra , Armando Entralgo González, que nos distinguiu com a sua presença.
Ali estava Che…
A sua tez muito pálida contrastava com o verde - escuro da farda.
As botas negras, impecavelmente limpas.
Encontrei-o em plena crise de asma, Socorria - se , amiúde, de uma bomba de borracha.
Che Guevara , deus dos ateus, dos espoliados e dos explorados do terceiro mundo, deus da guerrilha, tinha na mão uma bomba, não para destruir mas para se tratar… de falta de ar. Aspirava as bombadas, dando sempre mostras de um grande auto -domínio.
Fora-me solicitado que submetesse o questionário à sua prévia apreciação - e assim o fiz.
Uma das questões dizia respeito à cultura da cana - de - açúcar em Cuba.
Como encarava ele a aparente contradição de combater teoricamente a monocultura - apanágio dos sistemas de exploração colonial e tão típica dos sistemas de exploração colonial e tão típica do subdesenvolvimento - ao mesmo tempo que fomentava, ao extremo, a cultura da cana e a produção de açúcar - mono -produto de que Cuba se tornaria, afinal, cada vez mais dependente?
Outro tema que nos preocupava, a nós , africanos, era o papel dos cidadãos cubanos de origem africana na revolução cubana e a fraca representação deles nos órgãos de direcção dos país e do partido, os quais tinham proscrito qualquer discriminação racial.
Não constituiria o comandante Juan D´Almeida - único afro - cubano na direcção do partido - uma excepção?
Entretanto, a crise de asma agudizava-se , o que nem a mim me dava o à - vontade requerido nem, obviamente, ao meu interlocutor a disposição necessária para o diálogo.
Insistiu para que eu o iniciasse. Ao responder - lhe que não me sentia á vontade para fazê-lo, em virtude de seu estado, disse - me em tom provocante e com certa ironia :« Vejo que você é um jornalista muito tímido.»

No mesmo tom lhe respondi, que não me tinha pronunciado como jornalista, mas como médico .« Comandante, as suas condições não lhe permitem dar qualquer entrevista», disse-lhe eu.
Olhando-me , meio surpreso e sempre irónico, replicou: « Companheiro, eu não falo como doente, também falo como médico.
Em meu entender, estou em condições de dar a entrevista.»
Mas a crise de asma não melhorava, tornando impossível o diálogo. Foi necessário adiá-lo.
Reencontrámo-nos dias depois. Estava, então, quase eufórico. Referindo-se á atitude dos cidadãos cubanos de origem africana, à sua fraca participação na revolução, disse não gostar de se referir á origem ou à raça dos homens.
Apenas à espécie humana, a cidadãos, a companheiros.
Manifestei-lhe a minha total concordância. «A verdade », disse-lhe eu, «é que a revolução cubana tinha suscitado em todos nós , africanos, uma enorme expectativa, muita esperança, pois que, pela primeira vez, assistia-mos a um processo revolucionário de cariz marxista, num país subdesenvolvido e eis - colonial , tendo, lado a lado, cidadãos de origem europeia e africana, e onde a discriminação racial tinha sido, e ainda era, tão notório.»
Cuba seria pois, para nós, africanos, um teste. Seguíamos atentamente a sua evolução e queríamos ver como seria resolvido este problema.
Muitos, em África, mostravam-se cépticos. Mais do que interesse, da nossa parte existia ansiedade.
Segundo Che Guevara , a população de origem africana, a principio, não participava no processo. Via-o com uma certa indiferença, como mais uma luta…
«deles». Mas a desconfiança estava a desaparecer, era cada vez maior a adesão, á medida que iam constatando que este processo era totalmente diferente daqueles que o precederam. Que era um processo para todos.
Che Guevara acabava de chegar do Congo - Brazzaville.Visitara as bases do MPLA em Cabinda (de facto, na zona fronteiriça Congo/ Brazzaville /Cabinda) .
Pedi - lhe que me desse as impressões da sua visita. Che não era um diplomata, mas um guerrilheiro, e foi directamente à questão:
« O MPLA tem ao seu dispor condições de luta excepcionais.
Quem nos dera a nós que, durante a guerrilha, em Cuba, tivéssemos algo comparável. Mas estas condições não estão a ser devidamente aproveitadas, exploradas …
O MPLA não luta, não procura o inimigo , não ataca…
O inimigo deve ser procurado, deve ser fustigado, deve ser perseguido, mesmo no banho. Agostinho Neto está a utilizar a luta armada apenas como mero instrumento de pressão política.»
Dei parte da conversa a Agostinho Neto. Não reagiu. Tal como a Lúcio Lara, que me respondeu:
« Os cubanos falam demais.»
Mas Che falava verdade. Durante vários anos, na minha qualidade de responsável dos serviços de assistência médica da 2º região político - militar do MPLA (Cabinda ) , fui disso testemunha a cada passo.
Aí e assim , como contestação a esta e outras situações idênticas, surgiria dentro do movimento, antes de Abril de 1974, a Revolta Activa.

Hugo José Azancot de Menezes foi médico. Foi um dos fundadores do MPLA

Anónimo disse...

Caro Hugo




Saúde para si e para a família. Nós por cá tudo normal excepto a complicação dos disparates dos amigos da Firma UPA- PDA que se pretendem grandes vítimas do nacionalismo angolano quando é certo sofrerem do nacionalismo de ricos…
Deves estar ao corrente de que provavelmente na 2ª quinzena de Setembro se deve realizar o congresso popular para modificações disciplinares no nosso movimento. Como todos os membros do comité Director devem assistir a ele, era e é máxima conveniência que respondesse ao telegrama que o MPLA te enviou confirmando a minha aceitação da proposta do presidente Nkrumah e tua a fim de eu ficar a trabalhar em Accra.

Convém que me responda se recebeu o telegrama e quando conta que eu possa aparecer aí, para também aqui se fazer um plano de trabalho de sorte a minha ausência mesmo inopinada não prejudique a boa marcha das coisas.
Recomendações da minha família à sua.
Abraço e saudações nacionalistas.
Ao seu dispor
Leo , 30/08/ 1962

José Domingos

Anónimo disse...

JORNAL” REPÚBLICA”

FUNDADOR: DR. ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA,
DIRECTOR: CARVALHO DUARTE
DIRECTOR- ADJUNTO: ALFREDO GUISADO

DIÁRIO DA TARDE DE MAIOR CIRCULAÇÃO EM TODO PAÍS

CHEFE DE REDACÇÃO E EDITOR: ARTUR INEZ
TERÇA -FEIRA,10DE SETEMBRO DE 1957
ANO 47( 2ª SÉRIE) - Nº9598- PREÇO 1$00
APRESENTOU UMA GRAVURA COM OS PRESIDENTES DOS ORGÃOS DIRECTIVOS DA CASA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO:

HUGO MENEZES, DE S. TOMÉ,
CARLOS ERVEDOSA, DE ANGOLA,
FERNANDO VAZ, DE MOÇAMBIQUE.

Anónimo disse...

DOLISIE, 3 DE MAIO DE 1971



PREZADO CAMARADA MONSTRO,


Apenas algumas linhas para vos enviar as nossas melhores e fraternais saudações.
Muito grato ficamos pela sua carta - e não são estas curtas linhas que traço agora
que vão constituir uma resposta à mesma. Oportunamente , escrever -lhe-ei uma carta maior.
Creia que é meu desejo sincero que nos correspondamos. O filme feito aqui , quando da sua passagem por Dolisie , ainda não chegou. Estou muito admirado com este tempo de demora, pois que de costume recebemos os filmes depois de 2 a 3 semanas depois de tirados.
A camarada Salete envia - vos miutos cumprimentos; espero que a receita saia boa.
Por hoje é tudo. Aceite, prezado camarada,as minhas melhores saudações. Cumprimentos à camarada Luiza.


Hugo

(Hugo José Azancot de Menezes)

Anónimo disse...

GHANA BROADCASTING CORPORATION

Broadcasting house, P.O. ´BOX 1633
Accra, Ghana 19th November ,1962

MY Ref . Nº DOB.295/120

Sir,

I have the honour to offer you new terms of engagement on Programme Contract in the Portuguese section of RADIO GHANA with effect from today.

Duration of Engagement: - The engagement will be for a period of two years in the first instance but will be subject to renewal at the end of that time if you wish it and , if your work has been satisfactory.

The engagement can be terminated by two months notice being given by either side or alternatively - on Radio Ghana´S side - by the payment of two months salary in lieu of notice.

Salary: - Your salary will be £100 a month and will be subject to Ghanaian Income Tax and Compulsory Savings both of which will be deducted at source. The compulsory Savings is returnable.

Accommodation: - Hard furnished accommodation - bungalow or self - contained flat will be available at Accra. The rent will be £90 per year.

Leave : On completion of year` service you will be eligible for 36 days paid leave.

Free Medical Attention : While on this engagement in Ghana you will be eligible to receive free medical and dental treatment.

Duties : - Your duties will be to work as a producer and Announcer / Translator in the Portuguese Section of Radio Ghana assisting in edit: translating and announcing news bulletins, commentaries and programmes in Portuguese, in writing, preparing and producing material suitable for inclusion in these programmes; and for any assistance that may be requied of you for the general programme output in Portuguese or in English.
You will be expected to work full time for Radio Ghana during outside activities such as commercial work or writing for the Press can be undertaken only with the permission of the Director.

I have the honour to be,
Sir,
Your obedient Servant,

(W.F. Coleman)
Director of Broadcasting

Dr. Hugo de Menezes,
Portuguese Section,
Broadcasting House,
Accra.

Anónimo disse...

vabehnvgxaeuCONAKRY, le 31 aut 1959


Au Bureau politique du parti Democratique Guinéen



La lutte pour la Liberation de notre peuple a été combattue par la repression la plus barbare et jalousement cachée et dissimulée par les Portuguais, aux dépans d´une censure sévère et menteuse campagne d`auto- propagande.
Mais les masscres méthodiquement organisés n`ont pas été capables de nous détournér de notre objectif ou de diminuer la foi et la toujours croissante participation des Africains dans la bataille anti- colonialiste.
Le Mouvemet Anti- Colonialiste (Mac) est une organization de lutte et de revendication de tous les peuples africains sous domination Portuguaise - de l´Angola, du Mozambique, dela Guinée, de ´L´Archipel de Cap Vert, des Îles de S. Thomé et Principe.

L`objectif suprême du Mac c´est l´independance et la rehabilitation de 11 millions d´Africains d´une Afrique de 2 millions de kilomètres carrées.
Le Mac veut démasquer, devant les Africains , et les autres peuples épris de justice, les assassinats en masse dont ont été victimes les peuples Africains, le regime esclavagiste, le regime de travail forcé en vigueur dans les territoires Africains dominés par le Portugal et tout l´abject systéme colonial Portuguais.

Le Mac appuiera tous les mouvement africains que se dirigent vers l´independance.
Le Mac estime trouver l`appui de tous les mouvement africains qui s`engagent dans la lutte anti - colonialiste.

En saluant le parti Democratique Ginéen, le mouvement Anti colonialiste s´adresse á son Bureau politique, dans l´espoir de voir bien acptées les propositions qui lui sont formulées:


1- Qu`il soit accordé au MAC la creation d`un bureau dans la Republique de Guinée.

2- Que soit concedé asile, dans la Republique de Guinée, aux membres du MAC qui en auront besoin.

3- Qu´il leur soit concedé le passeport Guinéen.

4- Qu´il soit permis au MAC l´utilization de la Radio de la Republique de la Guinée.

5 - Qu´il soit accordé , au Mac, un prêt, remboursable après la libération.
6- Que soient controlées les activités, dans la Republique de Guinée de ceux qui proviennent des territoires dominés par Portugal.

7- Que des mesures urgentes soient prises dans le but d`incomber au gouvernement Portuguais le massacre de 30 Africains , en Bissao , et que soient imediatement liberés les 250 Africains arrêtés en Guinée dite Portuguaise.

Pour le Mouvement Anti Colonialiste


Hugo de Menezes

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE
DE ANGOLA
M.P.L.A.
51,Avenue Tombeur de Tabora
LEOPOLDVILLE




COMITÉ
DIRECTOR


NACIONALISTAS ANGOLANOS



Transcreve-se a nota Nº .A/M/F enviada ,em 10.11.1961, ao comité Executivo da União das populações de ANGOLA:

“ Como V.Exas. Sabem, em nove de setembro de 1961, uma esquadra da nossa organização militar, que se dirigia a Nambuangongo em missão de socorro às populações cercadas pelas tropas portuguesas , foi , pela traição, cercada e feita prisioneira por grupos armados da União das Populações de Angola que actuam no corredor de entrada e saída dos patriotas angolanos.

Desde aquela data até hoje, mantendo - se embora vigilante e tendo conhecimento , não sem revolta, dos maus tratos que foram infligidos por militantes da UPA aos nossos compatriotas, o comité Director do M.P.L.A. Esperou ver qual seria o comportamento dos órgãos dirigentes da UPA
Diante desse crime de lesa - pátria e que enodoa o digno movimento patriótico do povo angolano.

O Comité Director do M.P.L.A. Faz o mais enérgico protesto contra esse acto anti - patriótico, que visa a enfraquecer a resistência armada do povo angolano e que introduz, por iniciativa da UPA, a luta fratricida nos campos de batalha de Angola.
Sob pena desse “ affaire “ ser levado imediatamente ao conhecimento da opinião pública e dos organismos internacionais , o comité Director do MPLA

“ - exige a imediata libertação de todos os nossos compatriotas;
“ - exige a entrega de todos as armas, munições e demais bagagens

“ - que foram retirados aos guerrilheiros daquela nossa esquadra ; e

“ - responsabiliza, desde já , a união das populações de Angola pela


“ - vida desses nossos valorosos compatriotas.

“ Na expectativa, subscrevemo-nos


Atenciosamente

(ass) Mario Pinto de Andrade
Viriato da cruz
Matias Miguéis
Eduardo dos Santos
Hugo de Menezes

Anónimo disse...

PARTIDO AFRICANO DA INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E CABO VERDE
Sede: Bissau
Conacry , 20 de Fevereiro de 965



Mr. Hugo MENEZES

P.O.BOX 1633

ACCRA (Ghana)


Caro amigo,

Em resposta à sua carta de 23 de Novembro último, temos a dizer-lhe o seguinte:

1º/ - A iniciativa da publicação, no Ghana, de um jornal em língua portuguesa, parece - nos digna do maior interesse, não podendo nos deixar de dar todo o apoio aos amigos que se dedicam à concretização dessa ideia;

2º/ - Nesse intuito, pensamos pôr, em breve, à vossa disposição, algum material escrito e fotográfico, expor -vos as nossas sugestões e enviar - vos a colaboração escrita que nos pedem;

3º/ - Dada que a sua carta nos chegou num período em que o nosso secretário geral se encontrava no interior do pais , de onde regressou apenas há alguns dias, não nos foi ainda possível enviar-lhe o artigo pedido para o primeiro número do jornal. Contamos, entretanto, poder fazê-lo brevemente.

Apresente as nossas melhores felicitações a todos quanto trabalhem para que o jornal seja em breve uma realidade.

Com os melhores votos, queiram receber as nossas

SAUDAÇÕES COMBATIVAS


VASCO CABRAL



SECRETARIAT GENERAL: B,P. 298 CONAKRY- REPUBLIQUE DE GUINÉE

Anónimo disse...

Mário de Andrade
14 Rue de Monastir Rabat, le 2 janvier 65
Rabat




Meu caro Hugo,

Embora tardiamente ,Sarah e eu próprio formulamos os melhores votos para 1965, à família Menezes … “ sita em Accra”.

Enviamos um telegrama (assinado pelo secretariado da CONCP) a saber exactamente quando pensavas fazer sair o primeiro número do jornal.
Evidentemente, preparei algumas notas sobre a nova literatura e a revolução nas colónias portuguesas. Alem disso, penso que seria extremamente importante que o jornal fizesse eco regular das publicações da CONCP. Informo - te, a este respeito, que , em principio, terá lugar (passe o galicismo em Rabat, no fim desta semana a primeira reunião do comité preparatório da 2ª conferência das organizações - membros. Claro que mandarei o comunicado final.
Como vão as démarches para o lançamento do jornal Faulha? Queres informar o DAMZ que “ Etincelle” chega-nos aqui via… marítima?

Gostaria de obter a referência do livro sobre as relações económicas com Portugal, de que me falaste. Poderei continuar a expedir outros livros de que necessites para os teus estudos.
Diz algo, brevemente. Abraços do


Mário (Mario Pinto de Andrade)

Anónimo disse...

Mário de Andrade
14 Rue de Monastir Rabat, le 2 janvier 65
Rabat




Meu caro Hugo,

Embora tardiamente ,Sarah e eu próprio formulamos os melhores votos para 1965, à família Menezes … “ sita em Accra”.

Enviamos um telegrama (assinado pelo secretariado da CONCP) a saber exactamente quando pensavas fazer sair o primeiro número do jornal.
Evidentemente, preparei algumas notas sobre a nova literatura e a revolução nas colónias portuguesas. Alem disso, penso que seria extremamente importante que o jornal fizesse eco regular das publicações da CONCP. Informo - te, a este respeito, que , em principio, terá lugar (passe o galicismo em Rabat, no fim desta semana a primeira reunião do comité preparatório da 2ª conferência das organizações - membros. Claro que mandarei o comunicado final.
Como vão as démarches para o lançamento do jornal Faulha? Queres informar o DAMZ que “ Etincelle” chega-nos aqui via… marítima?

Gostaria de obter a referência do livro sobre as relações económicas com Portugal, de que me falaste. Poderei continuar a expedir outros livros de que necessites para os teus estudos.
Diz algo, brevemente. Abraços do


Mário (Mario Pinto de Andrade)

Anónimo disse...

sMOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO BRAZZAVILLE,23 DE DEZEMBRO DE1965
DE ANGOLA
M.P.L.A.
TÉL. 49-15
B.P. 2353
HUGO DE MENEZES
P.O.BOX1633
BRAZZAVILLE ACCRA-GHANA

RÉPUBLIQUE DU CONGO
--------------------
DEPARTAMENTO DE : PRESIDÊNCIA






Caro camarada ,

Informamos que é necessário enviar novamente fotografias e todos os elementos
de identificação para o título de viagem.
Aproveitamos a oportunidade para
Desejar bom Ano Novo.

Saudações revolucionárias.

Vitoria ou morte

Pelo Comité Director

Agostinho Neto
- Presidente -






A Força Do M.P.L.A. ,RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS ( Conferência de quadros do M.P.L.A..- 3 a 10 de janeiro de 1964)


LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIENS QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L`INTERIEUR DU PAYS
( conférence des cadres du M.P.L.A.- 3 au 10 janvier 1964)

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO BRAZZAVILLE,23 DE DEZEMBRO DE1965
DE ANGOLA
M.P.L.A.
TÉL. 49-15
B.P. 2353
HUGO DE MENEZES
P.O.BOX1633
BRAZZAVILLE ACCRA-GHANA

RÉPUBLIQUE DU CONGO
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DEPARTAMENTO DE : PRESIDÊNCIA






Caro camarada ,

Informamos que é necessário enviar novamente fotografias e todos os elementos
de identificação para o título de viagem.
Aproveitamos a oportunidade para
Desejar bom Ano Novo.

Saudações revolucionárias.

Vitoria ou morte

Pelo Comité Director

Agostinho Neto
- Presidente -






A Força Do M.P.L.A. ,RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS ( Conferência de quadros do M.P.L.A..- 3 a 10 de janeiro de 1964)


LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIENS QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L`INTERIEUR DU PAYS
( conférence des cadres du M.P.L.A.- 3 au 10 janvier 1964)

Anónimo disse...

Conacry,10 de agosto de 1961 Ref. 383/21/61

Hugo Azancot de Menezes

Recebida aos 24/08/61


Caro Hugo

Estimamos que tu e a tua família tenham feito uma excelente viagem e que vocês todos gozem de boa saúde.

Diz-nos urgentemente de que necessitares aí. Estamos aqui para servir da melhor maneira.
1-Junto te envio copia de uma carta que o director do EXPRESSEN dirigiu ao bureau da CONCP.
Pelos vistos já estão a caminho de Léopoldville 3 toneladas de medicamentos, de medicamentos ,os quais se destinam a CVAAR.
Achamos que é muito importante reter a seguinte passagem da carta do director do EXPRESSEN: “ Nos remede sont a leur disposition, mais s`ils n`arrivent pas a Léo ces temps -ci les remede seront distribués aux infirmeries au long de la frontiere.

Se for possível ,é muito conveniente que te apresentes urgentemente ao M. Gosta Streiffert , coordenador em chefe da acção em favor dos refugiados angolanos no congo.

Os fins da tua visita ao Streiffert deverão ser os seguintes:

a) Garantir- lhe a próxima chegada ao Congo de mais dois médicos angolanos. ( Com efeito, o ministro da saúde deste país acaba de dizer ao Eduardo que ele pode partir quando ele quiser .Em face disso, é quase certo que o Eduardo e o Boavida partirão no próximo barco, ou mesmo antes, de avião.

b) Avisar ao Streiffer que os três médicos angolanos -
- Tu ,Boavida e Santos -,que estarão aí certamente antes da chegada dos medicamentos, estão prontos a entrar imediatamente em actividade com os medicamentos enviados da Suécia pelo EXPRESSEN.

c) Deixar boa impressão ao Streiffer . Para isso, recomendaremos -te um trato o mais diplomático possível e a maior circunspecção possível . É fundamental que, depois do teu encontro com o Streiffer , este não fique com a impressão de que a vossa actividade vai constituir uma espécie de concorrência as funções dele e a actividade da liga das sociedades da cruz vermelha para o Congo.
Pelo contrario.
d) Sondar , habitualmente , a opinião íntima do Streiffer sobre a vossa futura presença junto dos refugiados . Tentar saber se há influências, opostas a actividade da CVAAR , na pessoa do Streiffer e dos seus colegas.

e) Deixar em toda gente a convicção firme de que a actividade da CVAAR será humanitária e apolítica . Quero, no entanto, lembrar-te quee a melhor maneira de impor a ideia de que a CVAAR é apolítica não consiste em declarares que ela “ é apolítica”, mas sim em mostrares um interesse humano, médico, por todas as vítimas da guerra. Quero dizer: o apoliticismo da CVAAR será inculcado no espírito dessa gente de maneira indirecta: através das tuas atitudes e do teu interesse humano e de técnico pelos doentes vítimas dos acontecimentos de Angola.

Fala pouco e ouve muito. É pela bouca que morre o peixe.
f) É fundamental que, depois do Streiffer te conhecer , deixes neste indivíduo uma espécie de compromisso de consciência que o impeça de dar os medicamentos um outro destino diferente ,sem primeiramente te consultar.
2- O Aquino Bragança vai enviar-te de Rabat o original da carta do director do EXPRESSEN . Em caso de necessidade , essa carta poderá servir de tira-teimas sobre o destinatário dos medicamentos.
Tudo faremos para que dentro de dias o Eduardo e o Américo estejam aí.

3)- Diz-nos urgentemente se a War ON Wait já transferiu o dinheiro para aí. Tenho insistido com o CABRAL para que isso se realize o mais depressa possível . Mas achamos estranho que o CABRAL não tenha, até hoje, acusado a recepção da vossa carta para a WAR ON WAIT.

Achamos conveniente que, logo que chegues ao Congo , escrevas ao CABRAL informando-o de que já estas aí e que outros médicos chegarão dentro de dias .
Saúde para a tua família e para ti.
Coragem , bom trabalho e prudência!

P.S.- O original desta carta ,enviámo-la , nesta mesma data , à nossa caixa postal de Brazzaville.

VIRIATO DA CRUZ

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO BRAZZAVILLE,23 DE DEZEMBRO DE1965
DE ANGOLA
M.P.L.A.
TÉL. 49-15
B.P. 2353
HUGO DE MENEZES
P.O.BOX1633
BRAZZAVILLE ACCRA-GHANA

RÉPUBLIQUE DU CONGO
--------------------
DEPARTAMENTO DE : PRESIDÊNCIA






Caro camarada ,

Informamos que é necessário enviar novamente fotografias e todos os elementos
de identificação para o título de viagem.
Aproveitamos a oportunidade para
Desejar bom Ano Novo.

Saudações revolucionárias.

Vitoria ou morte

Pelo Comité Director

Agostinho Neto
- Presidente -






A Força Do M.P.L.A. ,RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS ( Conferência de quadros do M.P.L.A..- 3 a 10 de janeiro de 1964)


LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIENS QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L`INTERIEUR DU PAYS
( conférence des cadres du M.P.L.A.- 3 au 10 janvier 1964)

Anónimo disse...

Your Ref: GMH/ Cr
Our Ref: MWKC/ JP/ N/7a

Mr. G . M. HOUSER,
AMERICAN COMMITTEE ON AFRICA,
4 WEST 40TH STREET,
NEW YORK 18, N.Y.,
U.S.A.



Dear Mr. Houser,
Thank you very much for your letter of the 17th june, 1959.

Our Angola friend about Whom Mr. Mboya talked with you
When you met in America, is Dr HUGO MENEZES who
Comes from portugese Angola, and we have been trying to
one of the independent African countries so that he can be
free to express himself.´His present adress is as above, and we
Shall be grateful if you can give him all the assistance possible.
We are particularly glad to note that you are trying very hard to
bring the portugese question before the United Nations.
Dr Hugo will be very useful in thisrespect and i hope you will
not hesitate to write to him.
Looking forward to hearing from you in the near future.


With best wishes,
Yours sincerely,

M. W. KANYAMA CHIUME
PUBLICITY SECRETARY
NYASALAND AFRICAN
CONGRESS

Anónimo disse...

Your Ref: GMH/ Cr
Our Ref: MWKC/ JP/ N/7a

Mr. G . M. HOUSER,
AMERICAN COMMITTEE ON AFRICA,
4 WEST 40TH STREET,
NEW YORK 18, N.Y.,
U.S.A.



Dear Mr. Houser,
Thank you very much for your letter of the 17th june, 1959.

Our Angola friend about Whom Mr. Mboya talked with you
When you met in America, is Dr HUGO MENEZES who
Comes from portugese Angola, and we have been trying to
one of the independent African countries so that he can be
free to express himself.´His present adress is as above, and we
Shall be grateful if you can give him all the assistance possible.
We are particularly glad to note that you are trying very hard to
bring the portugese question before the United Nations.
Dr Hugo will be very useful in thisrespect and i hope you will
not hesitate to write to him.
Looking forward to hearing from you in the near future.


With best wishes,
Yours sincerely,

M. W. KANYAMA CHIUME
PUBLICITY SECRETARY
NYASALAND AFRICAN
CONGRESS

Anónimo disse...

Dr Hugo Menezes B. P 856, LÉO
Representante do M.P.L.A. 3 de Agosto de 1962
Bureau Of African Affairs
P.O. BOX M 24
Accra - Ghana


Prezado compatriota :
Esperamos que a tua família tenha feito uma boa viagem e que todo o trabalho esteja a decorrer bem no teu novo posto.
Esta é para te participar o seguinte: dentro em breve deverão prosseguir os preparativos para o congresso da mulher angolana aí. Em reuniões que tivemos com 2 elementos da UPA nos dias 1 e 2 deste, determinou-se que o Comité preparatório que vai trabalhar aí seja constituído pelas seguintes pessoas: Maria Ruth Costa ( 3, Rue Rodin, Rabat, Marrocos, D Bernarda de Sousa e Santos e uma “ neutra “ que é a cunhada da tua irmã. Recomendamos e frisamos insistentemente que nenhuma decisão nem démarche do Comité preparatório se torna válida sem a colaboração e o acordo das 3 - por meio das respectivas assinaturas, por exemplo.

Carecemos do teu auxílio no sentido de esclareceres o Bureau aí o facto de o actual Comité preparatório que deve trabalhar em Accra o fazer sempre como um bloco e o Bureau não dever reconhecer pedido nem proposta nenhuma que engaje as mulheres angolanas , sem o acordo desses elementos. Pedimos que faças também um bom corredor para obteres os bilhetes que faltam para o Comité preparatório entrar logo em acção aí: Um para a Ruth e outro para a D. Bernarda Santos . A terceira componente já tem o seu e parte para aí a manhã, mas convém que todas comecem a trabalhar ao mesmo tempo em Accra para se evitarem os golpes usuais . Agarra - te às cunhas altas que já conseguiste.

Por favor , despacha -te com os bilhetes. Manda-nos dizer o que conseguires com a urgência que puderes. Obrigado por tudo e Bom trabalho.

Cordialmente ao dispor ,

DEOLINDA ALMEIDA

Secretária da OMA

SECÇÃO de LÉO ( LÉODPOLVILLE)




CC: Maria Ruth Costa

Anónimo disse...

PARIS, 12 de Novembro de 1960
Meu caro Hugo:

Ciente de tudo quando me diz na sua carta de 5 do corrente quanto as demarches do meu processo, e agradeço - lhe de todo o coração toda a sua insistência junto dos Ministérios.


Serve esta para lhe informar que recebi a visita do Snr Adrean no dia 10 por volta do meio dia. Fez-me entrega da quantidade de 66.000 frs( sessenta e seis mil). Teve a amabilidade de me dizer que vinha fazer um estágio num dos hospitais aqui e me procuraria dentro de alguns dias pois seguia agora para fora de Paris .

Hoje às 10 horas recebi igualmente a visita do Snr. Jonhson Jean Ignas , que me fez entrega de uma carta sua datada de 6 do corrente, e 60 dollars USA , e de 3.200 Frs . Fanceses; e outra p/ o mesmo .

Trata-se igualmente de uma pessoa amável com quem tive o gosto de trocar algumas impressões.

Até este momento que lhe escrevo ( 11horas) seu irmão ainda não chegou a Paris . No dia 8 e 9 o nosso amigo M….. ,foi à Gare de Austerlitz esperar o comboio daquelas paragens a despeito de não ter recebido qualquer informação de Lisboa. Está tudo a postos para o recebermos e ajudar no que for preciso.

Despacharei por barco como me pede a mala que ele for portador.

Creio ser tudo por agora. Ficamos todos O.K. e com a crescente esperança de o abraçarmos em breve.


Do colega amigo e grato

Américo Boavida

Anónimo disse...

MÁRIO AFONSO D´ALMEIDA BirKesdorf, 8/9/1961


BIRKESDORF - DUREN (RHLD)
Durenerstrab ( 119) 25
ALLEMAGNE



Exmo. Snr.
Dr. E. Santos
B. P. 2353
BRAZZAVILLE




Meu cara Doutor,

O nosso colega Videira pediu - me, em Paris , para entrar em contacto consigo a fim de que me esclarecesse sobre um número de pontos concernentes à nossa actividade médica, como veis membros duma organização para assistência aos refugiados , organização esta que , por meu irmão , vim a saber que se intitulava ( CORPO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS).

Esclareço que por mim, se fora só, escrever - lhe apenas à pedir instruções para seguir logo que elas chegassem.

Como minha mulher e meu filho me acompanharão é pensando neles lhe peço o favor de enviar informações sobre o seguinte:



a) ALOJAMENTO,

b)LOCAL OU LOCAIS DE TRABALHO,

c) MEIOS DE DESLOCAÇÃO,

d) URGÊNCIA DA MINHA PRESENÇA

e) HONORÁRIOS.


Aguardando a sua resposta termino enviando as cordiais saudações a todos os amigos e colegas. Creia - me inteiramente solidário com tão nobre causa e receba um abraço de quem atenciosamente se subscreve,

MARIO AFONSO D`ALMEIDA

( CARTA PERTENCENTE AO ESPOLIO DE UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A. ,Dr Hugo José Azancot de Menezes)

Anónimo disse...

CORPO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
(C.V.A.A.R.)

Brazzaville ,18 de Setembro de 1961



Caro Mario de Almeida, prezado compatriota:

Saudações cordiais. Em resposta à sua carta de 8 de setembro de 1961, temos a informar-lhe que estivemos com o Videira em Accra e lhe fizemos ciente dos objectivos da nossa organização.

Junto lhe enviamos os estatutos para sua completa documentação.

a) Alojamento: O comité Administrativo da nossa organização resolvendo que o bureau principal do C.V.A.A.R. ficasse instalado em Leopoldville, e os médicos morassem juntos num sistema de mêsse, numa villa que satisfizessem as condições exigidas para todos os casais.

b) O local de trabalho é junto dos refugiados ,ao longo da fronteira com Angola.

c) As deslocações são à cargo da organização

d) Aguardamos a oficialização do C.V.A.A.R. pelo governo do Congo para iniciarmos a nossa actividade. Nessa altura entraremos em contacto consigo.

e) Não há propriamente honorários. Consoante as possibilidades materiais do C.V.A.A.R. ,assim serão as verbas para manutenção dos médicos e suas famílias.

E é tudo. Aceite as nossas melhores saudações fraternais com um abraço amigo.




Pelo comité Administrativo do

CORPO VOLUNTARIO ANGOLANO DE ASSISTENCIA AOS REFUGIADOS




Américo BOVOADIDA (Secretário Geral)

Anónimo disse...

( Correspondência do Dr França Van-Dúnem para O Dr Hugo José Azancot de Menezes um dos Fundadores do M.P.L.A. Sedeado em Ghana e a trabalhar na Rádio Ghana).

Utrecht,16 de Julho de 1965


Meu caro amigo

Começo por agradecer-lhe a gentileza que teve em escrever-me ,dando-me informes a cerca do lugar de locutor na rádio Ghana.

Estou interessado pelo lugar e já escrevi ao Director do Ghana Broadcasting Corporation nesse sentido.
Junto lhe envio uma cópia da carta em questão para que tome conhecimento do seu conteúdo . Gostaria de saber mais pormenores a cerca do lugar e se possível em que modalidade serei contratado. Tratar -se -a de um contrato assinado aqui ou devo esperar pela minha chegada aí para que isso se efective?

De qualquer maneira era necessário que eu soubesse para quando é o começo para que eu possa, com tempo , pedir a minha demissão do Instituto de Direito Internacional, onde trabalho.
Enviar-lhe-ei esta carta “ expresse” para que possa tomar nota do conteúdo da carta que enviei ao Director da Rádio Ghana.
Uma vez mais lhe agradeço por tudo o que possa fazer nesse sentido.

Saudações patrióticas

Fernando Van- Dúnem




PS. Acabo de receber a carta porque a sua caixa postal já está fechada. Espero que esta vez terei mais sorte .
Obrigado

França Van- Dúnem

Anónimo disse...

PARIS, 12 de Novembro de 1960
Meu caro Hugo:

Ciente de tudo quando me diz na sua carta de 5 do corrente quanto as demarches do meu processo, e agradeço - lhe de todo o coração toda a sua insistência junto dos Ministérios.


Serve esta para lhe informar que recebi a visita do Snr Adrean no dia 10 por volta do meio dia. Fez-me entrega da quantidade de 66.000 frs( sessenta e seis mil). Teve a amabilidade de me dizer que vinha fazer um estágio num dos hospitais aqui e me procuraria dentro de alguns dias pois seguia agora para fora de Paris .

Hoje às 10 horas recebi igualmente a visita do Snr. Jonhson Jean Ignas , que me fez entrega de uma carta sua datada de 6 do corrente, e 60 dollars USA , e de 3.200 Frs . Fanceses; e outra p/ o mesmo .

Trata-se igualmente de uma pessoa amável com quem tive o gosto de trocar algumas impressões.

Até este momento que lhe escrevo ( 11horas) seu irmão ainda não chegou a Paris . No dia 8 e 9 o nosso amigo M….. ,foi à Gare de Austerlitz esperar o comboio daquelas paragens a despeito de não ter recebido qualquer informação de Lisboa. Está tudo a postos para o recebermos e ajudar no que for preciso.

Despacharei por barco como me pede a mala que ele for portador.

Creio ser tudo por agora. Ficamos todos O.K. e com a crescente esperança de o abraçarmos em breve.


Do colega amigo e grato

Américo Boavida

Anónimo disse...

UMA DAS PREOCUPACOES DO DR HUGO JOSE AZANCOT DE MENEZES E DOS SEUS IRMAOS FOI A QUESTAO DA TRANSLADACAO DAS OSSADAS DO PAI ,DR AYRES SACRAMENTO DE MENEZES SEPULTADO ALGURES NO CIMETERIO DO DONDO EM ANGOLA.
ESTA QUESTAO ANTERIORMENTE JA TINHA SIDO CONVERSADO COM ALGUNS RESPONSAVEIS QUE NA ALTURA JA ESTARIAM A DAR ALGUNS PASSOS.
TUDO INDICARIA QUE OS RESTOS DAS OSSADAS SERIAM TRANSLADADOS PARA SAO TOME .
MAS INFELIZMENTE COM AS SUCESSIVAS TRANSFORMACOES ESTE ASSUNTO FOI SECUNDARIZADO POR ESTES RESPONSAVEIS E COM O AGRAVAMENTO PELA MORTE DOS IRMAOS EDAS NOVAS PREOCUPACOES DA NOVA ERA DO MUNDO GLOBALIZADO ALGUNS OBJECTIVOS FORAM ADIADOS.
ESPERA-SE QUE O BOM SENSO SE DEVOLVA E SE CONCRETIZE TODOS DESEJOS FORMULADOS PELA FAMILIA INDEPENDENTEMENTE DA INTERVENCAO INTERESSADA OU NAO DOS ORGANISMOS DE DIREITO.
OS SIMBOLOS DO PASSADO PERTENCENTE A ESTE MOZAICO SAO DA RESPONSABILIDADE TAMBEM PUBLICA PELOS INTERESSES QUE MOMENTANEAMENTE EXIBEM.

Anónimo disse...

Alger,1. Agosto. 1965

Caro camarada,


Cordiais saudações.


Os camaradas do centro acabam de pôr ao corrente do teu bilhete, a propósito da minha ida para Accra. Por isso me apresso a responder.
A ideia da minha ida continua de pé. Pelo meu lado,ela depende só mente da obtenção de documentação necessária para viajar. Com efeito, até à data não a conseguiu obter e, com a recente alteração aqui registada, tudo teve de voltar ao ponto zero, dado terem advindo alterações nos organismos encarregados das relações com os movimentos. Porem , essas relações encaminham-se para a normalização e é de esperar que, dentro de 15 dias, se possa tornar a pôr a questão. Daí o não poder indicar-te nome para o bilhete.
Dada esta regularização, pelo lado, e a necessária aquiscência das autoridades daí, creio que o melhor será continuarmos a tratar, cada um, da resolução destes dois problemas fundamentais ,com a vigência necessária e , logo que eles estiverem resolvidos.
Comunicamos mútua e imediatamente a sua solução.
Assim ,logo que esteja em condições de poder viajar comunicar-te-ei imediatamente.
Li atenciosamente o exemplar do “Faúlha” que enviaste ao centro e, francamente , fiquei animado com a linha política que ele defende e com o nível, a um tempo acessível e aprofundado ,das questões expostas.
As possibilidades que um tal jornal oferece à Revolução nas colónias portuguesas são imensas e ele vem , assim, cobrir a falta que fazia notar, de um orgão ideológico.
Se fosse possível ( Sei que o teu tempo é extraordinariamente sobrecarregado) gostaria que me pusesses a par das tuas ideias sobre a linha política do jornal, as necessidades imediatas a que ele tem de responder e , a longo termo, as grandes linhas sobre as quais ele se deve desenvolver, com o decorrer do tempo.
Isto permitir-me-ia enquadrar-me , desde já, na própria ideologia do jornal e, assim, no meio de Argel, procurar contactar pessoas ( Se achares válido) que possam colaborar, assim como material de informação e estudo que poderão ser úteis.

Antes de terminar, gostaria de expressar as minhas sinceras felicitações pelo número que saiu, felicitações redobradas, se se levar em linha de conta todas as dificuldades que se te deparam e que tiveste de ultrapassar para a sua aparição.

Um grande abraço do
Camarada,

Hélder Neto


Carta pertencente ao espolio do Dr Hugo José Azancot de Menezes ( um dos fundadores do M.P.L.A.)

Anónimo disse...

( ESCRITO POR:
AYRES GUERRA AZANCOT DE MENEZES

O problema da maioria absoluta é uma realidade ou uma miragem?
Cada cidadão, grupo ou formação fazendo parte deste brilhante mosaico fará um juízo sobre a futura delegação governativa imbuída de legitimidade.
O maior ou menor reconhecimento e merecimento do sufrágio será um prémio de distinção pela prestação e garantia de estabilidade e desenvolvimento.
Qualquer actor configura-se como elemento chave e potencial neste período crítico.
As experiências , garantias e oportunidades terão que ser tomados em conta para avaliar as melhores opções neste julgamento eleitoral.
Naturalmente que muitos factores de natureza psicológico influenciados pelo marketing político ,por uma historia de grande respeitabilidade ,e uma perspectiva de futuro global sedimentada numa ideia de cidadania sem esquecer de considerar as várias componentes de riqueza serão indispensáveis para gerar impulsos decisivos para a escolha mais acertadas.
Todos esses factores associados a uma liderança consensual definirão a razão da escolha.
As garantias serão capacidade da activação e da optimização recursos em prol de uma melhor qualidade de vida cada mais refém do mundo globalizado.
As prioridades nacionais face aos constrangimentos induzidos pelo homem ou oriundos de situações anómalas não podem deixar de ser uma realidade.
Os exemplos de bravura , distinções em várias áreas e de referências tanto políticas ,económicas e tecnológicas têm que ser equacionados.
Só desta forma multifacetada os seus beneficiários poderão acrescer valor ,ambição e poder.

Anónimo disse...

RÉPUBLIQUE DU CONGO ( LÉOPOLDIVILLE) NEW YORK, LE 3 OCTOBRE 1961

MONSIEUR FREITAS


DÉLEGATION AUPRÉS DE C/O CREDIT CONGOLAIS
L´ORGANIZATION DES NATIONS UNIES LEOPOLDVILLE/ RÉPUBLIQUE DU CONGO
145 EAST 49th STREET
NEW YORK 17, N.Y.

Nº ----------------------------------------------

OBJET:

Cher Monsieur Feitas,



Vous aurez la surprise d´apprendre
Que je suis à NEW YORK oú je fais partie de la Délégation Congolaise à
L´Assemblée Génerale des Nations Unies.

Au cours de nos travaux, le problème de l´Angola
Va être discuté et spécialement la question des Refugiés Angolais au congo.


Nos amis qui travaillent à la commission chargèe de ces problèmes, se trouvent devant la carence de renseignements etde documents de base. Je vous serais très obligé d´établir au sein du Comité Directeur du MLPA um mémorandum comportant notamment le nombre de réfugiés, Les régions occupées, les conditions de vie, et l´état du service sanitaire alloué à ceux- ci.

IL conviendrait de coordonner vos tensionamento avec ceux que détient le camarade KULUMBA, Ministre de L´intérieur de la province de L´éopoldville, et ceux en possession du Ministére des Affaires Etrangéres.
Ce document deviendrait ainsi officiel et pourrait être transmis par le département des Affaires Etrangéres à la Délégation auprés de l´organization des Nations Unies dont l´adresse figure ci- dessus . IL va sans dire que vous me transmettrez directement une copie du document établi, á la même adresse. Ce document a un caractère d´extrême urgence.

Je vous en remercie d´avance et vous prie de croire, cher Monsieur Freitas , à mês amités.

A. KIWEWA



( Documento pertence ao espolio do Dr Hugo José Azancot deMenezes um dos fundadores do MPLA).

Anónimo disse...

CONAKRY, le 31 aut 1959


Au Bureau politique du parti Democratique Guinéen



La lutte pour la Liberation de notre peuple a été combattue par la repression la plus barbare et jalousement cachée et dissimulée par les Portuguais, aux dépans d´une censure sévère et menteuse campagne d`auto- propagande.
Mais les masscres méthodiquement organisés n`ont pas été capables de nous détournér de notre objectif ou de diminuer la foi et la toujours croissante participation des Africains dans la bataille anti- colonialiste.
Le Mouvemet Anti- Colonialiste (Mac) est une organization de lutte et de revendication de tous les peuples africains sous domination Portuguaise - de l´Angola, du Mozambique, dela Guinée, de ´L´Archipel de Cap Vert, des Îles de S. Thomé et Principe.

L`objectif suprême du Mac c´est l´independance et la rehabilitation de 11 millions d´Africains d´une Afrique de 2 millions de kilomètres carrées.
Le Mac veut démasquer, devant les Africains , et les autres peuples épris de justice, les assassinats en masse dont ont été victimes les peuples Africains, le regime esclavagiste, le regime de travail forcé en vigueur dans les territoires Africains dominés par le Portugal et tout l´abject systéme colonial Portuguais.

Le Mac appuiera tous les mouvement africains que se dirigent vers l´independance.
Le Mac estime trouver l`appui de tous les mouvement africains qui s`engagent dans la lutte anti - colonialiste.

En saluant le parti Democratique Ginéen, le mouvement Anti colonialiste s´adresse á son Bureau politique, dans l´espoir de voir bien acptées les propositions qui lui sont formulées:


1- Qu`il soit accordé au MAC la creation d`un bureau dans la Republique de Guinée.

2- Que soit concedé asile, dans la Republique de Guinée, aux membres du MAC qui en auront besoin.

3- Qu´il leur soit concedé le passeport Guinéen.

4- Qu´il soit permis au MAC l´utilization de la Radio de la Republique de la Guinée.

5 - Qu´il soit accordé , au Mac, un prêt, remboursable après la libération.
6- Que soient controlées les activités, dans la Republique de Guinée de ceux qui proviennent des territoires dominés par Portugal.

7- Que des mesures urgentes soient prises dans le but d`incomber au gouvernement Portuguais le massacre de 30 Africains , en Bissao , et que soient imediatement liberés les 250 Africains arrêtés en Guinée dite Portuguaise.

Pour le Mouvement Anti Colonialiste


Hugo de Menezes

Anónimo disse...

CORPO VOLUNTÁRIO ANGOLANO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
( C.V.A.A.R.)
B.P.856, LÉOPOLDVILLE

5 de Outubro de 1962



DR. HUGO DE MENEZES

BUREAU OF AFRICAN AFFAIRS
P. O. BOX M24

ACCRA

GHANA

Caro compatriota,
Estamos a enviar-lhe cópia da resposta à carta em que nos pediam um endereço em Ghana para onde mandar medicamentos para os refugiados angolanos. Esperamos que não seja muito difícil remeter depois o estoque para LÉO.

Pelo despacho nº 5781 de 2 de Outubro do primeiro Burgomestre de Lèopoldville, o C.V.A.A.R. tem já autorização oficial a partir de 10 de Setembro de 1962. Junto enviamos-lhe a credencial para actuar aí na medida do possível.
Continua a aumentar o número de refugiados e há uma falta enorme de medicamentos tanto nos dez postos actuais ( Luali, Moanda- Banana , Boma, Matadi, Songololo, Moerbeke, Lukala, Kindopolo, Kimpangu e Malele) como no dispensário central.
A segunda turma do curso de enfermagem começa no dia 8 deste com 42 alunos inscritos. Há quase mil crianças e adultos a frequentar já e inscritos nas campanhas de escolarização e alfabetização lançadas pelo C.V.A.A.R. Precisamos de dinheiro para transportar os medicamentos , etc.,à fronteira, manter os enfermeiros e alunos , livros ,etc.
Para qualquer coisa que precisar daqui, eis -nos ao seu dispor .


Cordialmente,

Deolinda Almeida

Anónimo disse...

Alger,1. Agosto. 1965

Caro camarada,


Cordiais saudações.


Os camaradas do centro acabam de pôr ao corrente do teu bilhete, a propósito da minha ida para Accra. Por isso me apresso a responder.
A ideia da minha ida continua de pé. Pelo meu lado,ela depende só mente da obtenção de documentação necessária para viajar. Com efeito, até à data não a conseguiu obter e, com a recente alteração aqui registada, tudo teve de voltar ao ponto zero, dado terem advindo alterações nos organismos encarregados das relações com os movimentos. Porem , essas relações encaminham-se para a normalização e é de esperar que, dentro de 15 dias, se possa tornar a pôr a questão. Daí o não poder indicar-te nome para o bilhete.
Dada esta regularização, pelo lado, e a necessária aquiscência das autoridades daí, creio que o melhor será continuarmos a tratar, cada um, da resolução destes dois problemas fundamentais ,com a vigência necessária e , logo que eles estiverem resolvidos.
Comunicamos mútua e imediatamente a sua solução.
Assim ,logo que esteja em condições de poder viajar comunicar-te-ei imediatamente.
Li atenciosamente o exemplar do “Faúlha” que enviaste ao centro e, francamente , fiquei animado com a linha política que ele defende e com o nível, a um tempo acessível e aprofundado ,das questões expostas.
As possibilidades que um tal jornal oferece à Revolução nas colónias portuguesas são imensas e ele vem , assim, cobrir a falta que fazia notar, de um orgão ideológico.
Se fosse possível ( Sei que o teu tempo é extraordinariamente sobrecarregado) gostaria que me pusesses a par das tuas ideias sobre a linha política do jornal, as necessidades imediatas a que ele tem de responder e , a longo termo, as grandes linhas sobre as quais ele se deve desenvolver, com o decorrer do tempo.
Isto permitir-me-ia enquadrar-me , desde já, na própria ideologia do jornal e, assim, no meio de Argel, procurar contactar pessoas ( Se achares válido) que possam colaborar, assim como material de informação e estudo que poderão ser úteis.

Antes de terminar, gostaria de expressar as minhas sinceras felicitações pelo número que saiu, felicitações redobradas, se se levar em linha de conta todas as dificuldades que se te deparam e que tiveste de ultrapassar para a sua aparição.

Um grande abraço do
Camarada,

Hélder Neto


Carta pertencente ao espolio do Dr Hugo José Azancot de Menezes ( um dos fundadores do M.P.L.A.)

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE
DE ANGOLA
M.P.L.A.
51,Avenue Tombeur de Tabora
LEOPOLDVILLE




COMITÉ
DIRECTOR


NACIONALISTAS ANGOLANOS



Transcreve-se a nota Nº .A/M/F enviada ,em 10.11.1961, ao comité Executivo da União das populações de ANGOLA:

“ Como V.Exas. Sabem, em nove de setembro de 1961, uma esquadra da nossa organização militar, que se dirigia a Nambuangongo em missão de socorro às populações cercadas pelas tropas portuguesas , foi , pela traição, cercada e feita prisioneira por grupos armados da União das Populações de Angola que actuam no corredor de entrada e saída dos patriotas angolanos.

Desde aquela data até hoje, mantendo - se embora vigilante e tendo conhecimento , não sem revolta, dos maus tratos que foram infligidos por militantes da UPA aos nossos compatriotas, o comité Director do M.P.L.A. Esperou ver qual seria o comportamento dos órgãos dirigentes da UPA
Diante desse crime de lesa - pátria e que enodoa o digno movimento patriótico do povo angolano.

O Comité Director do M.P.L.A. Faz o mais enérgico protesto contra esse acto anti - patriótico, que visa a enfraquecer a resistência armada do povo angolano e que introduz, por iniciativa da UPA, a luta fratricida nos campos de batalha de Angola.
Sob pena desse “ affaire “ ser levado imediatamente ao conhecimento da opinião pública e dos organismos internacionais , o comité Director do MPLA

“ - exige a imediata libertação de todos os nossos compatriotas;
“ - exige a entrega de todos as armas, munições e demais bagagens

“ - que foram retirados aos guerrilheiros daquela nossa esquadra ; e

“ - responsabiliza, desde já , a união das populações de Angola pela


“ - vida desses nossos valorosos compatriotas.

“ Na expectativa, subscrevemo-nos


Atenciosamente

(ass) Mario Pinto de Andrade
Viriato da cruz
Matias Miguéis
Eduardo dos Santos
Hugo de Menezes

Anónimo disse...

UMA CRÍTICA MUITO DURA AOS MÉTODOS DO MPLA

Ao saber da conversa ocorrida em Acra (Ghana), Lúcio Lara reagiu: « Os cubanos falam de mais»

HUGO AZANCOT DE MENEZES

Longe de mim a pretensão de ter feito história ou de escrevê-la.
Contudo, vivi factos que envolvem, também , outros protagonistas.
Alguns, figuras ilustres. Outros, gente humilde, sem nome e sem história, relacionados, apesar de tudo, com períodos inolvidáveis das nossas vidas.
Alguns destes factos , ainda que de fraca relevância, podem ter interesse, como « entrelinhas da História», para ajudar a compreender situações controversas.
Conheci Ernesto Che Guevara em Acra , em 1964, e comprometi - me a não publicar alguns temas abordados na entrevista que tive o privilégio de lhe fazer como « repórter» do jornal Faúlha.

Já se passaram mais de 30 anos. O contexto actual é outro.
Pela primeira vez os revelo, na certeza de que já não é o quebrar de um compromisso, nem a profanação de uma imagem que no
A entrevista realizou-se na residência do embaixador de Cuba em Acra , Armando Entralgo González, que nos distinguiu com a sua presença.
Ali estava Che…
A sua tez muito pálida contrastava com o verde - escuro da farda.
As botas negras, impecavelmente limpas.
Encontrei-o em plena crise de asma, Socorria - se , amiúde, de uma bomba de borracha.
Che Guevara , deus dos ateus, dos espoliados e dos explorados do terceiro mundo, deus da guerrilha, tinha na mão uma bomba, não para destruir mas para se tratar… de falta de ar. Aspirava as bombadas, dando sempre mostras de um grande auto -domínio.
Fora-me solicitado que submetesse o questionário à sua prévia apreciação - e assim o fiz.
Uma das questões dizia respeito à cultura da cana - de - açúcar em Cuba.
Como encarava ele a aparente contradição de combater teoricamente a monocultura - apanágio dos sistemas de exploração colonial e tão típica dos sistemas de exploração colonial e tão típica do subdesenvolvimento - ao mesmo tempo que fomentava, ao extremo, a cultura da cana e a produção de açúcar - mono -produto de que Cuba se tornaria, afinal, cada vez mais dependente?
Outro tema que nos preocupava, a nós , africanos, era o papel dos cidadãos cubanos de origem africana na revolução cubana e a fraca representação deles nos órgãos de direcção dos país e do partido, os quais tinham proscrito qualquer discriminação racial.
Não constituiria o comandante Juan D´Almeida - único afro - cubano na direcção do partido - uma excepção?
Entretanto, a crise de asma agudizava-se , o que nem a mim me dava o à - vontade requerido nem, obviamente, ao meu interlocutor a disposição necessária para o diálogo.
Insistiu para que eu o iniciasse. Ao responder - lhe que não me sentia á vontade para fazê-lo, em virtude de seu estado, disse - me em tom provocante e com certa ironia :« Vejo que você é um jornalista muito tímido.»

No mesmo tom lhe respondi, que não me tinha pronunciado como jornalista, mas como médico .« Comandante, as suas condições não lhe permitem dar qualquer entrevista», disse-lhe eu.
Olhando-me , meio surpreso e sempre irónico, replicou: « Companheiro, eu não falo como doente, também falo como médico.
Em meu entender, estou em condições de dar a entrevista.»
Mas a crise de asma não melhorava, tornando impossível o diálogo. Foi necessário adiá-lo.
Reencontrámo-nos dias depois. Estava, então, quase eufórico. Referindo-se á atitude dos cidadãos cubanos de origem africana, à sua fraca participação na revolução, disse não gostar de se referir á origem ou à raça dos homens.
Apenas à espécie humana, a cidadãos, a companheiros.
Manifestei-lhe a minha total concordância. «A verdade », disse-lhe eu, «é que a revolução cubana tinha suscitado em todos nós , africanos, uma enorme expectativa, muita esperança, pois que, pela primeira vez, assistia-mos a um processo revolucionário de cariz marxista, num país subdesenvolvido e eis - colonial , tendo, lado a lado, cidadãos de origem europeia e africana, e onde a discriminação racial tinha sido, e ainda era, tão notório.»
Cuba seria pois, para nós, africanos, um teste. Seguíamos atentamente a sua evolução e queríamos ver como seria resolvido este problema.
Muitos, em África, mostravam-se cépticos. Mais do que interesse, da nossa parte existia ansiedade.
Segundo Che Guevara , a população de origem africana, a principio, não participava no processo. Via-o com uma certa indiferença, como mais uma luta…
«deles». Mas a desconfiança estava a desaparecer, era cada vez maior a adesão, á medida que iam constatando que este processo era totalmente diferente daqueles que o precederam. Que era um processo para todos.
Che Guevara acabava de chegar do Congo - Brazzaville.Visitara as bases do MPLA em Cabinda (de facto, na zona fronteiriça Congo/ Brazzaville /Cabinda) .
Pedi - lhe que me desse as impressões da sua visita. Che não era um diplomata, mas um guerrilheiro, e foi directamente à questão:
« O MPLA tem ao seu dispor condições de luta excepcionais.
Quem nos dera a nós que, durante a guerrilha, em Cuba, tivéssemos algo comparável. Mas estas condições não estão a ser devidamente aproveitadas, exploradas …
O MPLA não luta, não procura o inimigo , não ataca…
O inimigo deve ser procurado, deve ser fustigado, deve ser perseguido, mesmo no banho. Agostinho Neto está a utilizar a luta armada apenas como mero instrumento de pressão política.»
Dei parte da conversa a Agostinho Neto. Não reagiu. Tal como a Lúcio Lara, que me respondeu:
« Os cubanos falam demais.»
Mas Che falava verdade. Durante vários anos, na minha qualidade de responsável dos serviços de assistência médica da 2º região político - militar do MPLA (Cabinda ) , fui disso testemunha a cada passo.
Aí e assim , como contestação a esta e outras situações idênticas, surgiria dentro do movimento, antes de Abril de 1974, a Revolta Activa.

Hugo José Azancot de Menezes foi médico. Foi um dos fundadores do MPLA

Anónimo disse...

ESCRITO POR:
(AYRES GUERRA AZANCOT DE MENEZES)

UMA DAS PREOCUPAÇÕES DO DR HUGO JOSE AZANCOT DE MENEZES E DOS SEUS IRMÃOS FOI A QUESTÃO DA TRANSLADAÇÃO DAS OSSADAS DO PAI, DR AYRES SACRAMENTO DE MENEZES SEPULTADO ALGURES NO CEMITÉRIO DO DONDO EM ANGOLA.
ESTA QUESTÃO ANTERIORMENTE JA TINHA SIDO CONVERSADA COM ALGUNS RESPONSAVEIS QUE NA ALTURA JA ESTARIAM A DAR ALGUNS PASSOS.
TUDO INDICARIA QUE OS RESTOS DAS OSSADAS SERIAM TRANSLADADAS PARA SÃO TOMÉ.
MAS INFELIZMENTE COM OS SUCESSIVOS DESAPARECIMENTOS DOS IRMÃOS INTERESSADOS , ALGUNS COMPROMISSOS FAMILIARES ANTERIORMENTE ASSUMIDOS COM GRANDE PREOCUPAÇÃO DEIXARAM DE SER RELEVANTES.
ESTE ASSUNTO FOI TAMBÉM SECUNDARIZADO PELAS PERSONALIDADES PÚBLICAS QUE ESTAVAM A FAZER AS DÉMARCHES.
COM O ACRESCER DAS NOVAS PREOCUPACOES DA ERA DO MUNDO GLOBALIZADO ALGUNS OBJECTIVOS FORAM ADIADOS.
ESPERA - SE QUE O BOM SENSO PREVALEÇA E SE DEVOLVA E CONCRETIZE TODOS DESEJOS FORMULADOS PELA FAMILIA INDEPENDENTEMENTE DA INTERVENCAO INTERESSADA OU NAO DOS ORGANISMOS DE DIREITO.
OS SIMBOLOS DO PASSADO PERTENCENTE A ESTE MOZAICO SÃO DA RESPONSABILIDADE TAMBÉM PÚBLICA PELOS INTERESSES QUE MOMENTANEAMENTE EXIBEM.

Anónimo disse...

( DOCUMENTO PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES, UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A.)


MOUVEMENT DE DÉFENSE DES
INTÉRÊTS DE L´ANGOLA. LÉOPOLDVILLE,29 AVRIL 1961
“M.D.I.A” A SON EXELLENCE OLIVEIRA SALAZAR
B.P.2729 PRÉSIDENT DU CONSEIL DE PORTUGAL Á LEOPOLDVILLE LISBONNE

EXCELLENCE,
Nous avons eu l`honneur de vous adresser le 4 de ce mois une lettre dans laquelle nous formulions des mesures qui nous semblaient propres à faciliter, dans le calme et la concorde, l’émancipation des colonies portugaises dans le cadre défini par L´Assemblée Géneral des Nations Unies dès le 14 décembre 1960 (en annexe copie de la lettre du avril 1961).
Nous ne désirons pas voir la destruction de l´oeuvre réalisée depuis cinq siécles par le Portugal sur notre sol et ce, parce que nous voulons sauvegarder le patrimoine économique et industriel de l` Angola.
Nous n´aimons pas voir notre Patrie S`engager dans la voie de la guerre où Angola et Portugais payeraient de leur sang cette lutte inhumaine et stérile.
Nous n`admettons pas que notre pays devienne une seconde Algérie et que les ruines, les deuil et la misère s`y accumulent.
Le peuple portugais vante la sagesse de leur chef qui a su maintenir et devedores l`économie portuguaise. Nous voudrions ,Excellence, que cette sages se vous fasse comprendre que l´intérêt de nos deux différents peuples (Angolais et Portuguais) est de nous entendre et non de nous entretuer.
Nous voudrions que cette sagesse vous permette de sentir l`impérieuse nécessité qui nous fait - dans l` Afrique en pleine évolution - réclamer des droits à l`Autodétermination et à l` indépendence, droits que fréres des autres territoires africains ont tous obtenus.
Le Mouvement De Defense Des Interets De L ´Angola “ M.D.I.A.” vous a déjà clairement d´fini sa position.
Nous n`entendons pas chasser les portuguais. Nous entendons coopérer et poursuivre l`oeuvre entreprise dans la PAIX et L ´ORDRE mais SOUS LA DIRECTION DU PEUPLE ANGOLAIS,

Le mouvement De DEFENSE DES INTERETS DE L`ANGOLA “M.D.I.A.” est prêt à prendre contact avec les Représentants qualifiés de votre Gouvernement et à discuter avec eux L ´application des mesures et des réformes préconisée par la plus Haute Instance Internationale ( O.N.U.) en vue de L` accession à l` independance de notre pays, l` Angola.
Espérant, Excellence, qu`il vous sera possible de donner une suite á notre demande et dans l` attente du plaisir de vous lire par retour du courrier croyez à l `expression de notre plus haute consideration.

Pour Le COMTE- DIRECTEUR;

Le Secretaire Géneral, Le President Géneral
--------JP. MBALA_ __ A. MATUNDU-

Anónimo disse...

(Carta enviada pelo presidente Dr Agostinho Neto ao Dr Hugo José Azancot de Menezes ,um dos Fundadores do M.P.L.A.)
( Carta pertencente ao espolio do Dr Hugo José Azancot de Menezes).


MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO
DE ANGOLA
M.P.L.A.


B. P. 2353 Tèl. 49-15
BRAZZAVILLE Brazzaville, 6 de janeiro de 1965 RÉPUBLIQUE DU CONGO Dr Hugo de Menezes
Po; Box. 1633
ACCRA


Camarada:

Agradecemos o favor de informar se podem ser conseguidos condições em Accra para tratamento gratuito de camaradas de Pterigeons.

Desejamos-lhe um ano novo muito feliz.

Saudações cordiais.
Vitoria ou morte

Dr Agostinho Neto

Presidente


Movimento Popular de Libertação de Angola (M.P.L.A.)

A Força Do M.P.L.A, RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS(Conferência de Quadros do M.P.L.A, - 3 a 10 de Janeiro de 1964).

LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIEN QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L` INTERIEUR
DU PAYS.
(Conférence des cadres du M.P.L.A.- 3 a 10 janvier 1964)

Anónimo disse...

( Correspondência do Dr França Van-Dúnem para O Dr Hugo José Azancot de Menezes um dos Fundadores do M.P.L.A. Sedeado em Ghana e a trabalhar na Rádio Ghana).

Utrecht,16 de Julho de 1965


Meu caro amigo

Começo por agradecer-lhe a gentileza que teve em escrever-me ,dando-me informes a cerca do lugar de locutor na rádio Ghana.

Estou interessado pelo lugar e já escrevi ao Director do Ghana Broadcasting Corporation nesse sentido.
Junto lhe envio uma cópia da carta em questão para que tome conhecimento do seu conteúdo . Gostaria de saber mais pormenores a cerca do lugar e se possível em que modalidade serei contratado. Tratar -se -a de um contrato assinado aqui ou devo esperar pela minha chegada aí para que isso se efective?

De qualquer maneira era necessário que eu soubesse para quando é o começo para que eu possa, com tempo , pedir a minha demissão do Instituto de Direito Internacional, onde trabalho.
Enviar-lhe-ei esta carta “ expresse” para que possa tomar nota do conteúdo da carta que enviei ao Director da Rádio Ghana.
Uma vez mais lhe agradeço por tudo o que possa fazer nesse sentido.

Saudações patrióticas

Fernando Van- Dúnem




PS. Acabo de receber a carta porque a sua caixa postal já está fechada. Espero que esta vez terei mais sorte .
Obrigado

França Van- Dúnem

Anónimo disse...

MÁRIO AFONSO D´ALMEIDA BirKesdorf, 8/9/1961


BIRKESDORF - DUREN (RHLD)
Durenerstrab ( 119) 25
ALLEMAGNE



Exmo. Snr.
Dr. E. Santos
B. P. 2353
BRAZZAVILLE




Meu cara Doutor,

O nosso colega Videira pediu - me, em Paris , para entrar em contacto consigo a fim de que me esclarecesse sobre um número de pontos concernentes à nossa actividade médica, como veis membros duma organização para assistência aos refugiados , organização esta que , por meu irmão , vim a saber que se intitulava ( CORPO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS).

Esclareço que por mim, se fora só, escrever - lhe apenas à pedir instruções para seguir logo que elas chegassem.

Como minha mulher e meu filho me acompanharão é pensando neles lhe peço o favor de enviar informações sobre o seguinte:



a) ALOJAMENTO,

b)LOCAL OU LOCAIS DE TRABALHO,

c) MEIOS DE DESLOCAÇÃO,

d) URGÊNCIA DA MINHA PRESENÇA

e) HONORÁRIOS.


Aguardando a sua resposta termino enviando as cordiais saudações a todos os amigos e colegas. Creia - me inteiramente solidário com tão nobre causa e receba um abraço de quem atenciosamente se subscreve,

MARIO AFONSO D`ALMEIDA

( CARTA PERTENCENTE AO ESPOLIO DE UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A. ,Dr Hugo José Azancot de Menezes)

Anónimo disse...

Dr Hugo Menezes B. P 856, LÉO
Representante do M.P.L.A. 3 de Agosto de 1962
Bureau Of African Affairs
P.O. BOX M 24
Accra - Ghana


Prezado compatriota :
Esperamos que a tua família tenha feito uma boa viagem e que todo o trabalho esteja a decorrer bem no teu novo posto.
Esta é para te participar o seguinte: dentro em breve deverão prosseguir os preparativos para o congresso da mulher angolana aí. Em reuniões que tivemos com 2 elementos da UPA nos dias 1 e 2 deste, determinou-se que o Comité preparatório que vai trabalhar aí seja constituído pelas seguintes pessoas: Maria Ruth Costa ( 3, Rue Rodin, Rabat, Marrocos, D Bernarda de Sousa e Santos e uma “ neutra “ que é a cunhada da tua irmã. Recomendamos e frisamos insistentemente que nenhuma decisão nem démarche do Comité preparatório se torna válida sem a colaboração e o acordo das 3 - por meio das respectivas assinaturas, por exemplo.

Carecemos do teu auxílio no sentido de esclareceres o Bureau aí o facto de o actual Comité preparatório que deve trabalhar em Accra o fazer sempre como um bloco e o Bureau não dever reconhecer pedido nem proposta nenhuma que engaje as mulheres angolanas , sem o acordo desses elementos. Pedimos que faças também um bom corredor para obteres os bilhetes que faltam para o Comité preparatório entrar logo em acção aí: Um para a Ruth e outro para a D. Bernarda Santos . A terceira componente já tem o seu e parte para aí a manhã, mas convém que todas comecem a trabalhar ao mesmo tempo em Accra para se evitarem os golpes usuais . Agarra - te às cunhas altas que já conseguiste.

Por favor , despacha -te com os bilhetes. Manda-nos dizer o que conseguires com a urgência que puderes. Obrigado por tudo e Bom trabalho.

Cordialmente ao dispor ,

DEOLINDA ALMEIDA

Secretária da OMA

SECÇÃO de LÉO ( LÉODPOLVILLE)




CC: Maria Ruth Costa

Anónimo disse...

Your Ref: GMH/ Cr
Our Ref: MWKC/ JP/ N/7a

Mr. G . M. HOUSER,
AMERICAN COMMITTEE ON AFRICA,
4 WEST 40TH STREET,
NEW YORK 18, N.Y.,
U.S.A.



Dear Mr. Houser,
Thank you very much for your letter of the 17th june, 1959.

Our Angola friend about Whom Mr. Mboya talked with you
When you met in America, is Dr HUGO MENEZES who
Comes from portugese Angola, and we have been trying to
one of the independent African countries so that he can be
free to express himself.´His present adress is as above, and we
Shall be grateful if you can give him all the assistance possible.
We are particularly glad to note that you are trying very hard to
bring the portugese question before the United Nations.
Dr Hugo will be very useful in thisrespect and i hope you will
not hesitate to write to him.
Looking forward to hearing from you in the near future.


With best wishes,
Yours sincerely,

M. W. KANYAMA CHIUME
PUBLICITY SECRETARY
NYASALAND AFRICAN
CONGRESS

Anónimo disse...

PARTIDO AFRICANO DA INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ E CABO VERDE
Sede: Bissau
Conacry , 20 de Fevereiro de 965



Mr. Hugo MENEZES

P.O.BOX 1633

ACCRA (Ghana)


Caro amigo,

Em resposta à sua carta de 23 de Novembro último, temos a dizer-lhe o seguinte:

1º/ - A iniciativa da publicação, no Ghana, de um jornal em língua portuguesa, parece - nos digna do maior interesse, não podendo nos deixar de dar todo o apoio aos amigos que se dedicam à concretização dessa ideia;

2º/ - Nesse intuito, pensamos pôr, em breve, à vossa disposição, algum material escrito e fotográfico, expor -vos as nossas sugestões e enviar - vos a colaboração escrita que nos pedem;

3º/ - Dada que a sua carta nos chegou num período em que o nosso secretário geral se encontrava no interior do pais , de onde regressou apenas há alguns dias, não nos foi ainda possível enviar-lhe o artigo pedido para o primeiro número do jornal. Contamos, entretanto, poder fazê-lo brevemente.

Apresente as nossas melhores felicitações a todos quanto trabalhem para que o jornal seja em breve uma realidade.

Com os melhores votos, queiram receber as nossas

SAUDAÇÕES COMBATIVAS


VASCO CABRAL



SECRETARIAT GENERAL: B,P. 298 CONAKRY- REPUBLIQUE DE GUINÉE

Anónimo disse...

COMITÉE DE LIBERTAÇÃO DE S. TOMÉ E PRINCIPE
(C.L.S.T,P.)


COMITÉ DE LIBERTATION DE SAN THOME COMMITTEE TO LIBERTATION OF
ET PRINCIPE. SAINT THOMAS AND PRINCIPE.


B.P. 489
LIBREVILLE
8/4/62

CARO HUGO


Recebi ontem o teu telegrama que nos deixou um pouco confusos.

No entanto agimos imediatamente no sentido de partir o mais depressa possível, “ mesmo sem croas”.
A minha deslocação neste momento é de todo impossível. Penso que imensas coisas se passam em Leopoldina e no mundo, coisas que, em consequência das limitações materiais e condicionalismo político aqui, temos ignorado quase por completo.
A malta de resto, pôr te a ao corrente. Creio e temos de encarar outra saída . Não sei quando poderei passar por aí, mas sinto que é necessário.
Peço-te e a malta que dêem ao Onet e ao Carlos ajuda se alguma dificuldade surgir ,no plano político, pois que no plano económico eles necessitarão indubitavelmente.
Com muitas dificuldades ,conseguimos obter passagens, mas acontece que o Onet deve seguir, de preferência, directamente para Lagos. Se vos for possível cobrir a diferença entre Brazzaville - Lagos e Brazzaville - Libreville, seria óptimo .
Cá por casa ,tudo mais ou menos bem , além da escassez de massas, devido ao custo ,incrivelmente alto de vida.

Já cá temos o D. Mikas ( Suiny- Patrice….. Trovoada)

Anónimo disse...

CORPO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
(C.V.A.A.R.)

Brazzaville ,18 de Setembro de 1961



Caro Mario de Almeida, prezado compatriota:

Saudações cordiais. Em resposta à sua carta de 8 de setembro de 1961, temos a informar-lhe que estivemos com o Videira em Accra e lhe fizemos ciente dos objectivos da nossa organização.

Junto lhe enviamos os estatutos para sua completa documentação.

a) Alojamento: O comité Administrativo da nossa organização resolvendo que o bureau principal do C.V.A.A.R. ficasse instalado em Leopoldville, e os médicos morassem juntos num sistema de mêsse, numa villa que satisfizessem as condições exigidas para todos os casais.

b) O local de trabalho é junto dos refugiados ,ao longo da fronteira com Angola.

c) As deslocações são à cargo da organização

d) Aguardamos a oficialização do C.V.A.A.R. pelo governo do Congo para iniciarmos a nossa actividade. Nessa altura entraremos em contacto consigo.

e) Não há propriamente honorários. Consoante as possibilidades materiais do C.V.A.A.R. ,assim serão as verbas para manutenção dos médicos e suas famílias.

E é tudo. Aceite as nossas melhores saudações fraternais com um abraço amigo.




Pelo comité Administrativo do

CORPO VOLUNTARIO ANGOLANO DE ASSISTENCIA AOS REFUGIADOS




Américo BOVOADIDA (Secretário Geral)

Anónimo disse...

CORPO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
(C.V.A.A.R.)

Brazzaville ,18 de Setembro de 1961



Caro Mario de Almeida, prezado compatriota:

Saudações cordiais. Em resposta à sua carta de 8 de setembro de 1961, temos a informar-lhe que estivemos com o Videira em Accra e lhe fizemos ciente dos objectivos da nossa organização.

Junto lhe enviamos os estatutos para sua completa documentação.

a) Alojamento: O comité Administrativo da nossa organização resolvendo que o bureau principal do C.V.A.A.R. ficasse instalado em Leopoldville, e os médicos morassem juntos num sistema de mêsse, numa villa que satisfizessem as condições exigidas para todos os casais.

b) O local de trabalho é junto dos refugiados ,ao longo da fronteira com Angola.

c) As deslocações são à cargo da organização

d) Aguardamos a oficialização do C.V.A.A.R. pelo governo do Congo para iniciarmos a nossa actividade. Nessa altura entraremos em contacto consigo.

e) Não há propriamente honorários. Consoante as possibilidades materiais do C.V.A.A.R. ,assim serão as verbas para manutenção dos médicos e suas famílias.

E é tudo. Aceite as nossas melhores saudações fraternais com um abraço amigo.




Pelo comité Administrativo do

CORPO VOLUNTARIO ANGOLANO DE ASSISTENCIA AOS REFUGIADOS




Américo BOVOADIDA (Secretário Geral)

Anónimo disse...

Conakry, le 31/8/ 1959



Nº----------/BP



LE BUREAU POLITIQUE DU PARTI DEMOCRATIQUE

DE GUINEE à
- CONAKRY-


Aux responsable de MAC ( Portuguais ) Conakry.

Chers camarades

Nous vous accusons réception de votre lettre s/ Nº --------- du 31-8-59 relative á la creation d`un bureau, a la subvention etc……………………………………...........

Cette affaire sera examinée au cours de la plus prochaine réunion du Bureau Politique du P.D.G. dont la decision vous sera comuniquée immediatement./.







Fraternellement


Le Secretaire Permanent


Parti Democratique de Guinée----Bueau Politique

Mara Diomba

Député



( carta pertencente ao espolio de um dos fundadores do M.P.L.A. ,Dr Hugo José Azancot de Menezes).

Anónimo disse...

GHANA BROADCASTING CORPORATION

Broadcasting house, P.O. ´BOX 1633
Accra, Ghana 19th November ,1962

MY Ref . Nº DOB.295/120

Sir,

I have the honour to offer you new terms of engagement on Programme Contract in the Portuguese section of RADIO GHANA with effect from today.

Duration of Engagement: - The engagement will be for a period of two years in the first instance but will be subject to renewal at the end of that time if you wish it and , if your work has been satisfactory.

The engagement can be terminated by two months notice being given by either side or alternatively - on Radio Ghana´S side - by the payment of two months salary in lieu of notice.

Salary: - Your salary will be £100 a month and will be subject to Ghanaian Income Tax and Compulsory Savings both of which will be deducted at source. The compulsory Savings is returnable.

Accommodation: - Hard furnished accommodation - bungalow or self - contained flat will be available at Accra. The rent will be £90 per year.

Leave : On completion of year` service you will be eligible for 36 days paid leave.

Free Medical Attention : While on this engagement in Ghana you will be eligible to receive free medical and dental treatment.

Duties : - Your duties will be to work as a producer and Announcer / Translator in the Portuguese Section of Radio Ghana assisting in edit: translating and announcing news bulletins, commentaries and programmes in Portuguese, in writing, preparing and producing material suitable for inclusion in these programmes; and for any assistance that may be requied of you for the general programme output in Portuguese or in English.
You will be expected to work full time for Radio Ghana during outside activities such as commercial work or writing for the Press can be undertaken only with the permission of the Director.

I have the honour to be,
Sir,
Your obedient Servant,

(W.F. Coleman)
Director of Broadcasting

Dr. Hugo de Menezes,
Portuguese Section,
Broadcasting House,
Accra.

Anónimo disse...

GHANA BROADCASTING CORPORATION

Broadcasting house, P.O. ´BOX 1633
Accra, Ghana 19th November ,1962

MY Ref . Nº DOB.295/120

Sir,

I have the honour to offer you new terms of engagement on Programme Contract in the Portuguese section of RADIO GHANA with effect from today.

Duration of Engagement: - The engagement will be for a period of two years in the first instance but will be subject to renewal at the end of that time if you wish it and , if your work has been satisfactory.

The engagement can be terminated by two months notice being given by either side or alternatively - on Radio Ghana´S side - by the payment of two months salary in lieu of notice.

Salary: - Your salary will be £100 a month and will be subject to Ghanaian Income Tax and Compulsory Savings both of which will be deducted at source. The compulsory Savings is returnable.

Accommodation: - Hard furnished accommodation - bungalow or self - contained flat will be available at Accra. The rent will be £90 per year.

Leave : On completion of year` service you will be eligible for 36 days paid leave.

Free Medical Attention : While on this engagement in Ghana you will be eligible to receive free medical and dental treatment.

Duties : - Your duties will be to work as a producer and Announcer / Translator in the Portuguese Section of Radio Ghana assisting in edit: translating and announcing news bulletins, commentaries and programmes in Portuguese, in writing, preparing and producing material suitable for inclusion in these programmes; and for any assistance that may be requied of you for the general programme output in Portuguese or in English.
You will be expected to work full time for Radio Ghana during outside activities such as commercial work or writing for the Press can be undertaken only with the permission of the Director.

I have the honour to be,
Sir,
Your obedient Servant,

(W.F. Coleman)
Director of Broadcasting

Dr. Hugo de Menezes,
Portuguese Section,
Broadcasting House,
Accra.

Anónimo disse...

DOLISIE, 3 DE MAIO DE 1971



PREZADO CAMARADA MONSTRO,


Apenas algumas linhas para vos enviar as nossas melhores e fraternais saudações.
Muito grato ficamos pela sua carta - e não são estas curtas linhas que traço agora
que vão constituir uma resposta à mesma. Oportunamente , escrever -lhe-ei uma carta maior.
Creia que é meu desejo sincero que nos correspondamos. O filme feito aqui , quando da sua passagem por Dolisie , ainda não chegou. Estou muito admirado com este tempo de demora, pois que de costume recebemos os filmes depois de 2 a 3 semanas depois de tirados.
A camarada Salete envia - vos miutos cumprimentos; espero que a receita saia boa.
Por hoje é tudo. Aceite, prezado camarada,as minhas melhores saudações. Cumprimentos à camarada Luiza.


Hugo

(Hugo José Azancot de Menezes)

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO BRAZZAVILLE, 3 DE DEZEMBRODE1964
DE ANGOLA Mr. Dr. Hugo de Menezes
M.P.L.A. P. O..BOX 1633
ACCRA- GHANA
B.P. 2353
BRAZZAVILLE

RÉPUBLIQUE DU CONGO
-------------------

Departamento de : RELAÇÕES EXTERIORES
Ref. 1397/44/64


Caro compatriota,

Junto remetemos os documentos relativos a comissão dos três e do comité dos 9, encarregada de reexaminar o problema do nacionalismo Angolano na última conferência de chefe de Estados Africanos da O.U.A.
O RAPPORT da Comissão dos três , sendo confidencial não deverá ser divulgado. Enviamo-lo á título informativo pessoal,,permitindo - o a ter uma ideia exacta.


Saudações Revolucionárias

Pelo Comité Director

Agostinho Neto

Presidente




A FORÇA DO M.P.L.A, RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS ( Conferência de quadros do M.P.L.A,- 3 a 10 de janeiro de 1964).

FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIEN QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L ´INTERIEUR DU PAYS ( Conférence des cadres du M.P.L.A, - 3 au 10 janvier 1964)

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO
DE ANGOLA
M.P.L.A.
51,Avenue Tombeur de Tabora
LEOPOLDVILLE
--------------

Por ocasião da campanha eleitoral que se desenrola em Portugal com vista às eleições legislativas anunciadas para 12 de Novembro corrente, o comité director do MPLA declara, mais uma vez ,o seu pleno apoio ao movimento da oposição democrática Portuguesa ao regime ultra - colonialista e fascista de Salazar.
Apesar da diversidade dos programas das várias correntes do movimento da oposição democrática Portuguesa ,o comité director do MPLA constata um denominador comum em todos esses programas : um espírito realista e democrático que, se animasse o poder político português , possibilitaria a resolução dos problemas coloniais sem necessidade a violência armada ,das confrontações sangrentas de que são já vítimas há dez meses o povo de Angola e o povo português.

Enquanto perdurar ,o regime de salazar continuará a praticar arbitrariedades e violência e só deixará ao povo de Angola a luta armada como única possibilidade de sair das intoleráveis condições de opressão e de exploração em que esse tenta mantê-lo.
É, pois evidente que, enquanto perdurar o regime ultra- colonialista e fascista de Salazar, o movimento da resitência armada do povo Angolano prosseguirá , com os seus fluxos e refluxos , até vitoria final.

Certo de que a sua luta activa e plena de sacrifício vem contribuindo concretamente para levar à morte o regime de Salazar, o povo de Angola tem o direito de esperar que o povo Português preencha as jornadas da presente campanha eleitoral com acções decisivas para o derrubamento do regime fascista.

O COMITÉ DIRECTOR DO M.P.L.A.

Léopoldville, 3 de Novembro de 1961


(A carta faz parte do Espolio de um dos fundadores do M.P.L.A DR Hugo José Azancot de Menezes.)

Anónimo disse...

Escrito por:
(Ayres Guerra Azancot de Menezes)
é um testemunho muito importante para a verdade histórica .
Não é fácil realizar uma pesquisa desta envergadura.
Não podemos deixar de apontar um certo subjectivismo pró -VIRIATO da parte do DR Edmundo Rocha por ter sido seu admirador real e fã e ter absorvido bons exemplos e ensinamentos.
É um testemunho que terá cada vez mais valor pela pessoa do Viriato pela e coragem do DR Edmundo Rocha em ter reconstituído parte da trajectória desta figura impar do nacionalismo Angolano.
A subjectividade por parte é redutora de certos realismos e declara ao longo desta exposição correntes ideológicas incompatíveis cujos contornos poderiam não ser reflexo de melhor visão estratégica para a o futuro do partido.
Ainda é muito cedo e a medida que os anos vão passando os fatalismos têm que ser bem ponderados.
Os subjectivismos aliados a jogos de poder condicionam muito as abordagens.
Os favoritismos políticos aliados a certas compensações de carácter literário muitas vezes denunciam jogos de contra poder que podem ser ajustados com o tempo.
O maior ou menor contributo histórico deve resultar de perspectivas honestas. Só
Com o tempo e a confrontação de percursos dinâmicos de cada interveniente deste patamar se poderá postular sobre grandes teses.
A desonestidade aliada a recursos alternativos de sucesso bibliográficos e alianças ,muitas vezes desvirtuam o verdadeiro carácter da honestidade histográfica.
O ideal não será ajudar ou travar o percurso histórico dos correligionários para projectar livremente certas obras,mas sim permitir uma maior confrontação para enrriquecer e fortalecer o projecto comum.
Desejando que outros livros ou memórias sejam rapidamente e honestamente publicadas ,e que várias perspectivas sejam abordada para se poderem destrinçar também factores de ordem psico -sociais dos vários intervenientes.

Anónimo disse...

Escrito por:
(Ayres Guerra Azancot de Menezes)

A formalização do MLSTP COMO MOVIMENTO QUE INICIALMENTE SE INTITULAVA CLSTP FOI MUITA MAL EXPLICADA E HISTORICAMENTE FALSEADA.
Toda esta estratègia foi programada a partir do Ghana Pelo Dr Hugo de Menezes, Dr Tomas Medeiros Dr Guadalupe de Ceita e Onet pires e existia um plano que foi desvirtuado e executado por um outro grupo que apossou-se da sua paternidade.
Pois o Dr Tomas Medeiros e outros intelectuais têm outras versões mais coerentes e testemunhos escritos que em breve sairão para desvendar as mentiras da historia.

Anónimo disse...

( CARTA DE GILMORE OU HOLDEN ROBERTO A PEDIR UMA INTERVENÇÃO AO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES DURANTE A DIGRESSÃO QUE OS CONDUZIU A CONFERÊNCIA DE TÚNIS).

ESTE PEDIDO DE AUXILIO PERTENCE AO ESPOLIO DO DR HUGO AZANCOT DE MENEZES ,UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A.



8/2/60


Boa tarde .Sinto-me muito mal desde sexta -feira. Tenho um caso grave de hemorróidas - peço-lhe caso for possível , cá dar uma saltada no mesmo transporte.

Obrigado.

Gilmore

Anónimo disse...

PARIS, 12 de Novembro de 1960
Meu caro Hugo:

Ciente de tudo quando me diz na sua carta de 5 do corrente quanto as demarches do meu processo, e agradeço - lhe de todo o coração toda a sua insistência junto dos Ministérios.


Serve esta para lhe informar que recebi a visita do Snr Adrean no dia 10 por volta do meio dia. Fez-me entrega da quantidade de 66.000 frs( sessenta e seis mil). Teve a amabilidade de me dizer que vinha fazer um estágio num dos hospitais aqui e me procuraria dentro de alguns dias pois seguia agora para fora de Paris .

Hoge às 10 horas recebi igualmente a visita do Snr. Jonhson Jean Ignas , que me fez entrega de uma carta sua datada de 6 do corrente, e 60 dollars USA , e de 3.200 Frs . Fanceses; e outra p/ o mesmo .

Trata-se igualmente de uma pessoa amável com quem tive o gosto de trocar algumas impressões.

Até este momento que lhe escrevo ( 11horas) seu irmão ainda não chegou a Paris . No dia 8 e 9 o nosso amigo M….. ,foi à Gare de Austerlitz esperar o comboio daquelas paragens a despeito de não ter recebido qualquer informação de Lisboa. Está tudo a postos para o recebermos e ajudar no que for preciso.

Despacharei por barco como me pede a mala que ele for portador.

Creio ser tudo por agora. Ficamos todos O.K. e com a crescente esperança de o abraçarmos em breve.


Do colega amigo e grato

Américo Boavida

Anónimo disse...

( DOCUMENTAÇÃO PERTENCENTE AO ESPOLIO DE UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A., Dr Hugo José Azancot de Menezes e esposa , Maria de La Salete Guerra de Menezes ambos locutores da Radio Ghana).



RADIO GHANA

EXTERNAL SERVICE PROGRAMMES

NOVEMBER, 1962



“A true of voice of Africa helping us forward in the fight for emancipation, helping in the total emancipation and political union of African States ; a voice raised forever in the cause of peace and understanding between men and between the nations of the world”____Osagyefo Dr. Kwame Nkrumah, President of the Republic of Ghana.


The third regular conference of the Supreme Council of the joint African High Command of the Casablanca Powers which opened in Accra on September 27 ended on September 29, 1962 .In the picture above are the delegates for the conference with Osagyefo Dr. Kwame Nkrumah, President of the Republic of Ghana (sixth from left in the front row). The conference, opened by delegates from Guinea, Mali, the United Arab Republic, Morocco ,Algeria and Ghana. A spokesman of the command said that the atmosphere which prevailed through- out the discussions was “ cordial and inviting”. The spokesman added that the delegates reaffirmed their determination
Pursue their work relentlessly and reiterated their determination pursue their work relentlessly and reterated their conviction that the joint African High Command had increased in strenger since Algeria`s independence as foreseen by the Casablanca charter. To mark the close of the sessions, the delegates tended a passing-out parade of cadets at the Military Academy at Teshie, near Accra , and afterwards visited the Tema Had our and the volta River Project dam at Akosombo. The Supreme Council agreed to hold its next conference in Algeria January 4,1963.

Anónimo disse...

DOCUMMENT D,UN DES FONDACTEUR DU M.P.L.A.
( DOCTEUR HUGO AZANCOT DE MENEZES)


Camarade PRESIDENT,

En attendant de te faire un rapport complet sur la conférence Africaine de Luanda ( Angola) organisée par L`organisation Internacional du travail ( O.I.T.), nous avons pensé utile de te communiquer ce document qui nous a permis de demasquer et de dénoncer lors des assises la honteuse politique anti- sociale du gouvernement Portuguais.

A l´ouverture de la conférence le 1er Décembre nous avons constaté qu´aucun Africain n´etait inclu dans la délégation Portuguaise. Le groupe ouvrier ne pouvait par conséqent avoir aucune information sur les conditions de vie et de travail des Angolais.

Nous avons forcé les barrages de police et nous avons pu entrer en contacte avec la population noire par des voies habituelles .
Il faut signaler ici que nous avions déjá deux adresses données à beaucoup de relations et même une certaine influence dans la jeunesse en Angola. Ceci nous a facilité énorm´ment les prises de contact et c´est par cette voie que nous avons obtenus d´un groupe de travailleurs noirs, et métis ce document complet.

Nous pensons que notre délégation à L´O.N.U pourra utiliser ces tensionamento authentiques.

Les procès verbaux de la réunion

La Revue de la presse Portugaise

Pendant la session, nos interventions suivront ultérieurement.


LE CHEF DE LA DELEGATION OUVRIERE



DIALLO SEYDOU

SECRETAIRE GENERAL DE L´ U.G.T.A.N.