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21 de março de 2006

Nasceu o EcoHaria



21 de Março
- Inicio da Primavera
- Dia Mundial da Floresta
- Dia Mundial da Poesia
- Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial
22 de Março
- Dia Mundial da Água

Será que tudo isto anda ligado ?

Andando e lendo, verificaremos que sim!

E um poeta responde:

“Como a árvore, também a poesia tem raízes na terra e nas profundidades do ser e da língua comum e também ela é exaltação e desejo, passagem do visível ao invisível, da vida ao conhecimento, ou, como na árvore invertida do esoterismo hebraico, que cresce de cima para baixo”
( como a verdade do imbondeiro, do Deus Kauha- digo eu),
“alimentando a vida com a força solar do pensamento e da linguagem. E também ela é ritmo elementar, sístole e diástole, morte e renascimento. Porque, se a natureza é a arte de Deus, a arte (e que há de mais artesanal do que a “poiesis”, o “fazer” da poesia?) é a natureza do homem.” [1]

A natureza do Homem fê-la Deus una e indistinta.

Mas os homens trataram de o desvirtuar:

a natureza da Natureza e a natureza do Homem.

Foi apenas uma coincidência, o facto de ter nascido hoje EcoHaria, a página ecológica do Angola Haria.

Ou será que tudo isto anda ligado ?


admário costa lindo

__________

[1]
Manuel António Pina, Por Outras Palavras, Jornal de Notícias, 21.03.2006

6 de março de 2006

Angola no Coração




Angola no coração de Ferreira Pinto

João de Melo

Dizem que o mundo começa nos Açores e no livro de Génesis. Dizem que termina em África, terra do fogo, continente de lendas, cazumbis e pássaros de bico vermelho com patas da cor do coral – sendo então o território perfeito do Apocalipse.

Na pintura de Ferreira Pinto, porém, não é assim. Há a vida, o tempo e a alegria. Há a dor, a coragem e a melancolia. Há a consciência do ser, a ansiedade do destino, a determinação dos passos que percorrem o caminho. A Angola de Ferreira Pinto, sendo ela mesma, é também uma projecção simbólica de todo o continente. Como se Angola fosse Angola mais a memória, mais a geografia onírica de outros povos e países que moram na terra da imaginação e do conhecimento. Nessa Angola concreta e mítica do pintor, o mundo atravessa uma ideia contínua, um movimento do rosto e do olhar, uma densidade de cores e formas expressivas que se constituem tanto na sua geografia humana como numa abóboda simbólica do universo. Vejo-a num esforço do esquecimento, em suspensão, a meio do gesto de caminhar, sem atender à alma que lhe dói e ao corpo que nela sangra. Vejo-a como um desejo, um impulso do coração, uma ciência do sentimento, um acto de fé contra o desespero, a morte, a própria nostalgia dos mortos e dos vivos.

A África de Ferreira Pinto (esta que eu aqui e agora contemplo, em presença e em sentimento, nos seus quadros) é um pronunciamento do olhar. Existe, nesse olhar, uma declaração antiga e renovada, uma orgulhosa ousadia, em levantamento dos motivos da tragédia, da dor, da alegria, da determinação e da esperança. Por isso o firmamento é turvo (entre o ocre, o fogo e a nuvem) como um tumulto contínuo; por isso a terra arde, vermelha e incandescente; por isso as roupas são garridas sobre os corpos densos – e por isso, também, os gestos são mais nítidos do que a sombra expressiva dos rostos.
Eis-nos perante uma busca de raiz, um regresso às profundezas da terra, uma espécie de nostalgia diferente da saudade e da memória – a qual tem como expressão a idade eterna do Homem, com seus mitos trágicos, sua história sentimental, os trabalhos, os dias. O telurismo absoluto da paixão e da vida.

Entre a circunstância açoriana e a vertente africana da pintura de Ferreira Pinto decorre afinal não apenas uma teoria do espaço, um modo de ver representado e um exercício precário da abstracção, mas sobretudo a expressão sentimental do tempo e da memória. Nos Açores, vê Ferreira Pinto a exuberância da paisagem e da vida, o concretismo e o desenho forte dos rostos; em Angola, escuta passos, as vozes, o frémito nocturno e a “metáfora do coração” da sua África. É essa mesma África convulsa, perturbada, perturbadora, que muitos de nós trazemos nos olhos da esperança e da memória – sempre com ela no coração.


Lisboa, 25 de Abril de 1995

4 de março de 2006

Primeira mini-série policial angolana



A primeira mini-série policial de produção nacional, com o título "113", será exibida a partir do dia 28 deste mês, pela Televisão Publica de Angola, segundo deu a conhecer a produtora Walmirez Audiovisuais.

A mini-série policial "113", que apresenta 13 capítulos, aborda aspectos referentes ao processo de modernização da Polícia Nacional e foi escrita por Walter Ferreira, igualmente actor.

Sob realização de Paulo Ramirez, esta produção apresenta nos papéis principais os actores Filipe Kwena, Elizabeth Neto e José Carlos, designado por "trio central da unidade de operações especiais", cujas actividades visam manter a ordem e tranquilidade, estendendo-se a todo o tipo de crime e desordem.

O elenco artístico da novela conta ainda com participações especiais de Miguel Hurtz, Ladislau Silva, Luís Kiffas, Sílvia Anair, Analtina Dias, Dicla Burity, Mário Vaz e Salu Gonçalves, todos angolanos, entre outros.

Tantã Cultural nº 204, 23.02 – 01.03.2006

NR:
É tempo de os nossos leitores ficarem a saber que o Tantã Cultural nos chega à caixa do correio fruto da amabilidade incansável do Bigó, Álvaro Luz dos Reis.
Ao Bigó o nosso reconhecido agradecimento.

3 de março de 2006

Carnaval em Benguela e Moxico

"Bravos da Vitória" da Catumbela conquista em Benguela

O grupo carnavalesco "Bravos da Vitória" da comuna da Catumbela (Lobito) conquistou terça-feira o 1º lugar da edição 2006 do Carnaval na província de Benguela, cujo prémio está avaliado em dois mil dólares americanos.
O segundo classificado foi o grupo do Magistério Primário de Benguela e o terceiro o "Água e Luz" do Lobito.
O grupo Água e Luz existe desde a década de 50 e conquistou várias edições até 1975. Na altura era considerado um dos melhores grupos do país.
Alguns espectadores contactados pela Angop referiram que a presente edição foi menos espectacular do que nos anos anteriores. Nesta edição do Carnaval, atribuiu-se o prémio Cuca equivalente a 800 dólares americanos ao Bloco Branco do Lobito e ao Bloco Amarelo, a distinção de melhor rainha.
O desfile realizado no largo 1º de Maio contou com a participaram de 17 grupos carnavalescos provenientes dos municípios de Benguela, Baia Farta e Lobito, no largo 1º de Maio.
O grupo Bravos da Vitória foi vencedor da edição passada.
Entretanto, o grupo carnavalesco Comité do Festival Tradicional Luvale (Cofetral) venceu a edição do Carnaval/2006, no Moxico, ao somar 330 pontos da classificação geral.
O grupo, na sua exibição mostrou os usos e costumes da região leste e deixou mensagem para a preservação da cultura nacional, tendo recebido 100 mil kwanzas, valor do prémio.
Na segunda e terceira posições, ficaram os grupos "Havemos de Voltar" e "Enxame de Abelhas", com 329 e 311 pontos, respectivamente, cabendo ao primeiro 75 mil kwanzas e ao segundo 50 mil kwanzas.

Jornal de Angola, 2.03.2006

Carnaval no Bengo

Rainha Nzinga Mbandi vence Entrudo do Bengo

Pedro Bica, em Caxito

O grupo carnavalesco Rainha Nzinga Mbande é o vencedor do desfile provincial do Bengo, da categoria de adultos, da edição 2006 do Carnaval, ao totalizar 258,5 pontos.
Em segundo lugar ficou o grupo União Jovens Independentes do Kingungo, com 216,5 pontos, sendo o terceiro lugar ocupado pelo Maringa da Caboxa, com 196 pontos.
O acto, que decorreu no largo das Ingabas, contou com a participação de apenas seis grupos e um bloco de animação denominado "Faixa Branca".
De acordo com o chefe do departamento de Acção Cultural do Bengo, João António, o primeiro classificado vai receber 200 mil kwanzas, enquanto que o segundo e terceiro classificados receberão 150 e 100 mil kwanzas, respectivamente.
Uma das grandes inovações introduzidas na presente edição do Carnaval no Bengo foi a gravação das músicas dos grupos concorrentes. Para o coreógrafo Domingos Nguizane, que presidiu o corpo de jurados, os critérios da atribuição dos prémios envolveram a dança, indumentária, coreografia e a mensagem das músicas. O coreógrafo chamou atenção aos responsáveis dos grupos carnavalescos para a importância cultural que representam os passos da dança tradicional. De acordo com Domingos Nguizane, a música deve reflectir-se na cadência rítmica do estilo da dança, bem como a capacidade da teatralização de cada momento

Jornal de Angola, 2.03.2006

Carnaval em Luanda

União 10 de Dezembro vence Carnaval de Luanda

João Bastos

O grupo União 10 de Dezembro é o grande vencedor da 28ª edição do Carnaval de Luanda ao totalizar 641 pontos, no desfile central do Entrudo, realizado terça-feira na Avenida Marginal.
De acordo com os resultados divulgados ontem pelo jurado, a classificação da classe «A» (adultos) ficou ordenada da seguinte maneira: segundo colocado com 625 pontos o União Kabocomeu; terceiro União 54 (578 pontos); quarto União Mundo da Ilha (577 pontos); quinto União Kiela (564 pontos) e sexto União Kazucuta do Sambizanga (545 pontos).
Para a mesma categoria ocuparam as duas últimas posições os grupos carnavalescos União estrela do Povo e União Kwanza com 358 e 341 pontos, respectivamente. Neste contexto, descem para o escalão «B», os grupos União Kwanza, Jovens do Mukuaxi, Amazonas do Prenda, Estrela do Povo, Dimba dya Ngola e Tonessa.
Na Classe «B», também de Adulto, o grupo Sagrada Esperança venceu com 475 pontos. Nas restantes posições ficaram o União Jovens da Cacimba (444 pontos), Comandante Kwenha (395 pontos), Operários do Rangel (356 pontos), Café de Angola (339 pontos), Bondosos (334 pontos) e Angola Independente (327). A julgar pela classificação, os seis grupos ascendem ao escalão principal na próxima edição do Carnaval.
Na categoria de infantis, após um empate técnico registado na primeira contagem entre os grupos União Cassule 54 e Amazonas com 380 pontos, o júri reuniu de imediato e recorreu ao voto do seu presidente como mecanismo de desempate e este atribuiu vitória ao grupo União Cassule 54, com 381 pontos.
As posições seguintes foram preenchidas pelo União Cassule do Amazonas (380 pontos), União Cassules/Jovens da Cacimba (365), União Esperança do Futuro com 364 pontos, que permanecem nessa categoria na próxima edição.
De acordo com o director provincial da Cultura, Manuel Sebastião, o processo de votação foi o mais democrático possível, na medida em que foi constituído um júri com experiência no domínio da música, alegoria, canção e bandeira para cada classe.
Por seu turno, o presidente do júri da classe «A», Carlos Lamartine, afirmou que em termos competitivos a presente edição do Carnaval de Luanda foi a mais disputada de sempre, a julgar pela preparação, indumentária e canções apresentadas pelos grupos, bem como a grande mobilização da população. Carlos Lamartine garantiu que a classificação dos grupos é fruto do desempenho que cada um deles teve na terça-feira, aquando do desfile na Avenida Marginal. Reconheceu, por outro lado, o empenho dos grupos na tentativa da busca de um melhor desempenho.
Note-se que os prémios aos vencedores serão entregues sábado, às 16 horas, no centro recreativo e cultural Kilamba.
Aos primeiros classificados da classe «A» estão destinados os seguintes valores monetários: 30 mil dólares para o primeiro, 20 mil para o segundo, 12 mil ao terceiro, USD 10 mil para o quarto colocado e oito mil dólares reservados ao quinto.

Jornal e Angola, 2.03.2006