SEGUIDORES

11 de novembro de 2007

Kuta xiri


nas bordas da lavra há mandioca aos montinhos
na sanzala o pilão faz em pó
o suor de todos dias,

nos carreiros da lavra sente a terra entre os dedos,
na sanzala reprime o nó
e o travo na garganta.

dali eles não ouvem o ruído da cidade grande
nem batuques nem massembas
nem o canto da vitória,

sabem que a chuva ameaça não chegar a tempo
de salvar a colheita do massango
e o quiabo e o cará.

- e amanhã, o que será?

ele responde a única verdade que na alma
ainda resiste:

- Kuta xiri, meu amor!




admário costa lindo
11.11.2007

Sem comentários: