nas bordas da lavra há mandioca aos montinhos
na sanzala o pilão faz em pó
o suor de todos dias,
nos carreiros da lavra sente a terra entre os dedos,
na sanzala reprime o nó
e o travo na garganta.
dali eles não ouvem o ruído da cidade grande
nem batuques nem massembas
nem o canto da vitória,
sabem que a chuva ameaça não chegar a tempo
de salvar a colheita do massango
e o quiabo e o cará.
- e amanhã, o que será?
ele responde a única verdade que na alma
ainda resiste:
- Kuta xiri, meu amor!
admário costa lindo
11.11.2007
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