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10 de novembro de 2007

Espécies marinhas ameaçadas



Decorreram em Luanda, de 7 a 9 de Novembro, as “14ªs Jornadas Técnico-científicas do INIP - Instituto Nacional de Investigação Pesqueira”, durante as quais se debateu o tema "As Mudanças Climáticas e os Novos Desafios da Investigação Pesqueira e Tecnológica".

Durante os trabalhos especialistas de Angola, Portugal e Noruega discutiram temas relacionados com o Ambiente e Saúde dos Ecossistemas Aquáticos, os Recursos Biológicos Aquáticos e o Controlo e Qualidade de Produtos de Pesca.

Muitas espécies marinhas estão ameaçadas e outras em vias de extinção, devido às alterações climáticas e à acção do ser humano nos seus habitats, reconheceu a vice-ministra das Pescas, Vitória de Barros Neto, na cessão de abertura.

Disse Vitória de Barros que a temperatura, o chumbo e o oxigénio são factores limitantes para muitas espécies marinhas e que a sua alteração no meio põe em risco a sobrevivência das espécies, com maior ênfase para os recursos pesqueiros, alvo de pressão da pesca.

Os especialistas prevêem a delapidação dos recursos marinhos até 2024, caso a situação actual não seja alterada.

Kosi Luyeye, Director Técnico do INIP, apresentou o estudo “Impacto das Alterações Ambientais no Comportamento dos Recursos Marinhos” onde se refere que Angola poderá registar, nos próximos anos, uma redução drástica da quantidade de peixe nos mares em consequência das alterações ambientais, podendo mesmo ocorrer a extinção de algumas espécies.

A grande mortandade de peixes ocorrida nos anos 1995 e 1996 na província de Benguela, a redução e redistribuição de recursos pelágicos, o estabelecimento de colónias de focas a sul de Tombwa e a elevada quantidade de medusas existente nessa região, são consequência das alterações ambientais na costa angolana.

A solução apontada pela pesquisa refere ser necessário optar por abordagens holísticas no mar angolano, espécie a espécie, com a introdução e consolidação de medidas de conservação dos recursos biológicos aquáticos e seus ecossistemas e preparação de planos de contingência que obstem a que as mudanças climáticas afectam áreas interligadas, os habitats de peixes, sua distribuição, abundância de espécies e as cadeias alimentares.

Os participantes recomendaram a necessidade de complementar os dados recolhidos ao longo dos cruzeiros científicos com os dados obtidos por satélite, de modo a encontrar-se mecanismos que forneçam dados fiáveis, que permitam a realização de estudos realistas dos recursos pesqueiros e para que se saiba da fiabilidade das informações de captura fornecidas pelas empresas pesqueiras.

A forma mais simples de acompanhar as alterações no ecossistema marinho, segundo Francisca Delgado, directora do INIP, consiste na medição regular da variação de parâmetros oceanográficos e atmosféricos, como as temperaturas do mar e a atmosférica, as concentrações de oxigénio e chumbo, a altura das marés ao longo da costa ou em pontos pré-determinados.


admário costa lindo


fonte: Angop

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