"Se eu fosse um capitalista abastado, criaria uma dotação de fundos para cada um destes empreendedores. Se fosse um produtor de Hollywood, faria um filme para contar as suas histórias."
O Prémio Nobel da Paz 2006 foi atribuído a Muhammad Yunus, professor universitário de Economia e ao Banco Grameen do Bangladesh, por si fundado e entidade bancária vocacionada para o microcrédito, pelos “seus esforços para criar desenvolvimento económico e social a partir da base”.
Atendendo que - como referiu à Lusa o sociólogo e presidente do Conselho Económico e Social, Alfredo Bruto da Costa - "há uma relação muito forte entre a pobreza e a paz", uma vez que "a pobreza e a fome significam em si próprias uma situação de violência e são um clima favorável ao desenvolvimento de guerras", a atribuição deste prémio ao pai do microcrédito é de uma justeza inatacável.
O grande contributo de Muhammad Yunus para a causa da Paz foi o facto de, definitivamente, ter transformado o microcrédito em teoria Económica.
Por outras palavras: Muhammad Yunus provou que também os pobres e marginalizados pelo grande capital, aqueles que não conseguem as garantias exigidas pelos magnatas da banca mundial, são capazes de ter ideias e criar riqueza.
A prova acabada desta teoria é a rentabilidade demonstrada pelo Banco Grameen. Nascido no Bangladesh, um país subdesenvolvido, com uma população de 150 milhões de habitantes num território que não chega a ter duas vezes a área de Portugal e cujo rendimento das famílias mais pobres não ultrapassa os 51 euros anuais, o Banco já estendeu a sua acção a mais 59 países, Portugal incluído.
A Associação Nacional de Direitos de Crédito baseia a sua acção na filosofia de Muhammad Yunus. “O número de empréstimos concedidos a pessoas que não têm acesso a crédito para desenvolver negócios por falta de garantias mais do que duplicou em 2005, em Portugal. O número de empréstimos de microcrédito tinha aumentado em Portugal 142 por cento relativamente a 2004, para 153 processos, que totalizaram um volume de crédito concedido de 693,73 mil euros e que traduz uma subida de 119 por cento, segundo dados disponibilizados em Janeiro passado. Desde o início da associação, em 1999, a ANDC ajudou a criar cerca de 630 empresas e 700 postos de trabalho.”
E pergunta-se: será que os grandes senhores da banca nacional seguirão o exemplo do Prémio Nobel da Paz?
É muito difícil acreditar nesta hipótese. Para se igualar Muhammad Yunus não é vital ser Economicista: é necessário, apenas, ser um Grande Humanista. E alguém conhece Humanistas na grande banca portuguesa?
Admário Costa Lindo.
fonte: SIC/Lusa.
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1 comentário:
Este Muhammad Yunus é claramente o máior, este gajo sabe-a toda. Deve ser um garanhao la na terra dele.
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