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4 de junho de 2008

Sociedade Secreta II

Consegui, finalmente, entrar no “Angola Museke”, o tão restrito fórum a que se refere o meu artigo “Sociedade Secreta”.

Vou aqui transcrever o artigo que lá publiquei, comemorando tão importante acontecimento.

Não estou com isto a transgredir qualquer Lei do fórum, tampouco a sua regra de ouro, porque NÃO vou “divulgar, transcrever, copiar ou utilizar a informação privada de cada membro assim como as suas mensagens, para fora das paredes do Museke.”

O artigo que se segue é de minha autoria e, assim sendo, apenas eu tenho o direito e a liberdade de dispor dele plenamente.

- transcrevendo:

Caríssimos,
sou o membro mais recente desta comunidade. Devo esse privilégio à SIAM LI.

Ao entrar no fórum cumpri TRÊS TAREFAS:

1

A primeira foi consultar o perfil da Siam Li. Fiquei sem saber se a conheço pessoalmente, ou não. Sei que a re-conheço de outras memórias. Pode ela não ter nascido em Angola, ou nunca ter calcado o solo daquela saudosa Terra mas, tenho a certeza, tem dentro de si aquilo que aprendi desde candengue, nas douradas areias do Namibe, a reconhecer como genuinamente angolano [1] (e que deveria ser apanágio de toda a Humanidade): a capacidade de saber dar sem esperar contrapartidas.

A Siam colocou um comentário no meu blog que dizia apenas isto: “Admário Podes dizer que eu te convidei Um abração”. Fico-te imensamente grato por isso.

Penso que não é normal, ou não será muito usual, que um novo membro entre com um handicap. Acontece que eu entrei com isso de handicap. Por via do meu artigo “Sociedade Secreta”, publicado no Angola Haria, o meu blog, a 23 de Maio p.p.

Pode isto parecer um discurso desconexo, mas não é. Esperem por aquilo que fiz de seguida.

2

Não sabendo, nem tendo premeditado, qualquer esquema para o périplo inicial, cliquei aqui e ali. Depois do ali entrei no “Jornal do Museke” e, como faço sempre em qualquer fórum, fui de imediato para a última página porque sei que aí se fica a saber muito do que é necessário conhecer antes de nos embrenharmos nos meandros de qualquer fio.

Há quem diga que o destino define apenas o término de uma viagem ou o destinatário de uma carta. Para lá disso nada nos garante a existência de um Destino, digamos esotérico, para que estejamos fadados. Não vou aqui filosofar sobre essa possibilidade, ou impossibilidade, por pensar que estaríamos daqui a pouco, mais palavra menos linha, a discutir o sexo dos anjos.

Sobre o sexo dos anjos, ou equiparados, já tenho a minha dose. Tinha a minha filha ainda a espontaneidade infantil quando, durante uma certa procissão, em determinado momento, parou à nossa frente um andor de Santo António com o Menino ao colo. Reparei que a minha filhota admirava com atenção redobrada aquele andor, quando se saiu com esta (tendo em vista que o Menino ia nu, como o Rei da estória):

“Pai, o Jesus não tem pila?!”

Não lhe expliquei que Deuses e Anjos não têm precisão de pila para coisa alguma - é, pelo menos, o que se diz! - não fosse a criança continuar com os porquês e eu me visse na contingência de terminar a questão com o eloquente “porque sim”! Disse-lhe apenas que a falta da pila se devia a um esquecimento (providencial ou eloquente - parêntese omitido na altura) do artista-autor da peça.

Com tudo isto queria eu dizer que, não sei por que artes do Destino ou desígnio de desconhecido Kalundu, encontrei o meu artigo “Sociedade Secreta” transcrito no “Jornal”. Cedo concluí que o tal Destino ou Kalundu usa também a alcunha XPTO. E até fica bem porque XPTO também não tem sexo. Não falo de pila ou pombinha, é de Sexo mesmo.

Conclui-se, assim, que o artigo em causa é já do conhecimento da população do Museke e dos seus órgãos administrativos. Assim sendo, vou reafirmar, depois de cá ter entrado, o que disse quando ainda estava do lado de fora: este fórum é Elitista, uma vez que o acesso é extremamente restrito.

Pode estar no pensamento dos seus mentores torná-lo um espaço controlado (daí a questão do Grande Irmão), podem até dizer “civilizado”, onde a possibilidade de existência de conflitos, como noutros lados já aconteceu, é minimizada ou mesmo eliminada. De qualquer forma, não é restringindo o acesso que isso se consegue.

A SELECÇÂO é, como nos ensina a Natureza, sempre NATURAL.

3

E é neste parágrafo que entra a terceira tarefa que cumpri ao entrar no fórum: tentar conhecer-vos.

Reparem que eu bem tinha razão, a SOCIEDADE é tão SECRETA que os próprios membros não se conhecem: a maior parte deles não tem nome, nem morada, nem telefone, nem e-mail, nem interesses, nem ocupação… nem Sexo!

Pensem apenas nisto: não é por isso que o mundo vai deixar de girar ou passar a rodopiar à nossa feição. Nós é que vamos ficar fechados numa redoma com ar viciado.

Kandandu grande
admário.

[1] O Meu amigo Zèdu-o-Outro diz que essa capacidade está em vias de extinção. Eu já lhe fiz ver que não, o Povo continua o mesmo.

- fim de transcrição.

publicado a 3.06.2008 em
http://www.casafricana.net/museke/thread.php?threadid=226

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei de ler e acho que fizeste muito bem em publicar aqui (para além de estares no teu direito, como dizes). Se tiver paciência, o que duvido (preciso tanto dela para outras coisas), qualquer dia tento entrar, com o teu aval (?). É que não gosto de "sociedades secretas", a não ser que seja preciso. Neste caso, creio que "não havia necessidade".
Ju