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26 de novembro de 2006
Poetisa dos Mosaicos
A mistura de Mãe-África, Angola, Luanda, Brasil, Vila Velha, painéis, tintas e traços fez de Mª Góis a "Poetisa dos Mosaicos".
Esta definição dá a sua obra um colorido todo especial, com graça, calor humano e conteúdo. No conjunto de sua obra há o melhor de sí, suado. Sem máscaras. Uma verdadeira identificação da arte com a vida, do prazer de pintar com o poder de fazer de suas telas um instrumento de mensagem para um mundo melhor.
Do sonho de criança em ser Artista Plástica, na distante Luanda, em que desenhava para os colegas do Colégio Madre de Deus os seus primeiros rabiscos, até os nossos dias, Mª Góis já expôs em várias galerias, salões, museus e palácios, participando de coletivas e individuais, sempre com a mesma garra e determinação. O sangue Africano que corre em suas veias a faz guerreira de sua arte: "A arte de viver a sua obra com toda a intensidade, maestria e colorido".
A sua irreverência em quebrar protocolos dá o clima necessário para escolha de temas que questionam imagens/mensagens de sentimentos necessidades de gritos e protestos diante da realidade que nos envolve numa tentativa de confundir a consciência de nós mesmos, enquanto essência, enquanto humanos. Tirando-nos da cômoda posição de expectadores para levar-nos ao deleite. Pois arrasta-nos da mera contemplação para nos envolver numa ciranda de reflexões, devolvendo-nos a capacidade e o direito de romper com as malhas da alienação. Tudo mostrado de forma sutil.
Mª Góis representa, algo sempre real, mesmo quando não-palpável. Sua linguagem é a única que a faz capaz de desnudar a aparência formal das coisas e dar-lhe o verdadeiro significado. A ousadia de colocar diante de nós toda a sua sensibilidade, sem receio de se machucar é consciente. Góis é fiel para com a vida e consigo mesma e consequentemente com a humanidade. Sabedoria de quem sabe que tudo tem um significado específico ou universal e um estilo próprio.
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