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15 de novembro de 2006

Liberta o Grito!

Acabei de receber esta mensagem por email.

Mais palavras… para quê?

Leiam, reflictam e comentem.

admário costa lindo




"Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti
"

Mafalda Veiga


Date: Thu, 09 Nov 2006 20:12:42 +0000

Recebi hoje esta partilha da Lina, que já tínhamos recebido há alguns meses, amanhã estaremos um grupo grande de amigos no funeral em Aguiar da Beira, Teresa

A Lina e o Padre Valdir morreram ontem, assassinados, na missão de Fonte Boa, em Moçambique. Ambos tinham uma Missão e lavaram-na até ao fim. Disseram SIM a uma causa, a uma Missão, SIM a Deus, SIM à Vida, SIM aos outros...

Qual a Missão nas nossas Vidas, TODOS os dias, no nosso dia-a-dia? O que fazemos pelos outros? Por quem damos a Vida? O que fazemos dela? A quem a damos? Como a partilhamos? Qual é o nosso "Grito"?

Qual é o "GRITO" da nossa "VIDA"?

Não tenho mais palavras...leiam abaixo...


HÁ UM ANO ATRÁS RECEBI ESTE MAIL DA LINA...

crédito: Via Oceânica

Queridos amigos,

Este é o meu Grito pelos que não têm Pão...

Hoje é um dia triste...

Segundas-feiras é dia de pagamento aos trabalhadores e o drama repete-se desde há um mês para cá: a fome está a assolar o povo moçambicano!

Os trabalhadores pedem de comer na vez do dinheiro;

Trabalhadores que se ajoelhavam a pedirem milho

Trabalhadores que choravam a pedirem de comer

Trabalhadores que não queriam ir embora para suas casas

Homens e mulheres a implorar ajuda

Crianças a morrer de fome

Famílias inteiras com os pratos vazios

Mães que têm seus filhos e não têm que comer: hoje vieram chamar às 4.30 manhã para levar uma mãe, filha do pedreiro da missão, ao hospital com anemia, a morrer aos poucos e sua filha de 2 semanas a sobreviver a água...

Que realidade é esta?

Meu coração se enche de compaixão, de tristeza

Fui à missa no final da tarde e só consegui chorar, implorando a Deus para que ajude esta gente.

Pensar que só agora se começa a semear e lá para Maio é que são as colheitas, o que vai comer esta gente até lá, faltam tantos dias, tantos meses, o que fazer?

Já se sabia que este ano é um ano de fome e o Irmão Pedro fez um projecto a uma organização espanhola que acabou de aprovar, agora com o dinheiro que a ONG deu é tentar comprar milho (vai ser difícil porque o que há é muito pouco e claro, caro) arroz, soja. Depois é ir vendo as pessoas mais necessitadas e sem comida e dar de comer, sabendo, no entanto, que mal chega para um mês. Que fazer? Começar já a dar? E depois, os outros meses? e até irmos comprar comida com este dinheiro? Eu não quero ver pessoas a morrer, não é possível, como pode isto acontecer, se por tantos sítios há comida a estragar-se, a sobrar, há dinheiro mal gasto em ninharias, porcarias digo mesmo...

"Eis-me aqui"

sim, é esta a minha resposta ao grito desta gente mas não basta!! Como diz o fado que canta Mariza: "Ó gente da minha terra, agora é que eu percebi"

"Dar de comer a quem tem fome e dar de beber a quem tem sede"- "Mim mesmo o fazeis"

Como posso tornar isto possível?

aqui as pessoas quando têm algum problema, precisam de algo, dizem muito quando vêm ter connosco: "Tenho uma preocupação"

Agora é a minha vez de dizer:

Meu Senhor tenho uma preocupação;

Meus amigos tenho esta preocupação? o que fazer?

A realidade da pobreza, da fome é mesmo dura e custa muito presenciá-la, fará para quem a sente?!?

Bom, vou rezar ao nosso Bom Deus, que providencie e peço-vos que também rezeis por esta realidade, por esta gente.

Aquele Abraço, fiquem todos bem

Lina

Moçambique, Missão de Fonte Boa



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1 comentário:

Anónimo disse...

Não sei se é possível "libertar" o grito. Estas mortes tocaram-me muito, talvez por o meu filho, que não é missionário, ter estado já em muitas missões na minha mãe-África - telvez... Se, biologicamente, a morte (como a vida) faz todo o sentido, em termos humanos não faz qualquer sentido, aliás, rouba o sentido à vida. Isto é o que eu, neste momento, mais do que pensar, SINTO!