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13 de julho de 2006

Futebol. O Mundial de A a Z

Algumas considerações politicamente incorrectas sobre o Campeonato Mundial de Futebol de 2006:

ANGOLA
A 1ª participação da selecção angolana numa fase final do Mundial excedeu as minhas espectativas. Para um país saído de uma guerra fratricida prolongada, conseguir 2 pontos num grupo que incluía, por ordem de ranking da FIFiA, México, Portugal e Irão, não é feito de somenos importância.

BOLA
Dizia-se que a deste Mundial era traiçoeira para os guarda-redes, pelos desvios de trajectória que, por vezes, adquire. Comprovámo-lo durante o apuramento do 3º e 4º classificados, onde os portugueses sofreram mais golos do que nos restantes jogos da competição.

CRISTIANO RONALDO
Sofreu um ataque acéfalo por parte da imprensa inglesa, a mais analfabeta que por aí anda embora se dê ares de grande dama. O nosso “miúdo” não tem condições para continuar a jogar em Inglaterra: nem o clube, nem o treinador, menos ainda os colegas, ninguém saiu em sua defesa. Aquele país não o merece. No entanto o clube não quer negociar a sua transferência. Em que ponto do masoquismo ficamos? Ou será que esta decisão tem outros objectivos... inconfessados?

DIEGO ARMANDO MARADONA
Veio à baila durante a competição. Lembram-se do célebre golo com a mão? Que eu saiba essa atitude deste endeusado do futebol nunca foi considerada falta de fair-play: isso são as quedas dos portugueses.

É FALTA!
Gritou, no seu bom francês, Raymond Domenech quando um seu jogador, o primeiro a mergulhar no jogo Portugal – França, se atirou para o chão. Mas não foi falta de fair-play: isso é com os portugueses.

FOLKLORE-PLAY
Disse o árbitro do jogo Portugal - Holanda que apenas se limitou a aplicar as leis do futebol (esqueceu-se o senhor que nós também temos inteligência e bem sabemos que a Lei é uma coisa e a sua aplicação outra, que pode ser bem diversa) e que os culpados daquilo que se passou em campo foram os jogadores holandeses comandados por Van Basten: mas nem por isso expulsou o agressor de Cristiano Ronaldo, como mandam as regras, permitindo que a violência avançasse a partir daí. Sempre que a violência é reprimida, para um dos lados, e permitida para o outro, nada de bom há a esperar. Por outro lado (ou do mesmo lado) um dirigente da FIFiA, a propósito do pedido de despenalização do 1º cartão amarelo mostrado a Deco no mesmo Portugal - Holanda, invocando-se a falta de fair-play dos holandeses, argumentou que aquela era apenas uma questão moral e não de regulamentação. Donde se conclui que o Mundial não era para se tratar de questões de moral (pelo menos no que aos “pequenos” dizia respeito) e que a Declaração de Fair-play, que as selecções participantes foram obrigadas a assinar, era apenas uma Declaração de Folklore... play.

GOLIAS
Davides éramos nós, sempre fomos. Conseguimos derrubar alguns golias mas estes tinham a lição bem encomendada: a corrupção faz a força.

HILARIANTE
Aconteceu muita hilaridade durante este Mundial. A melhor de todas, que merece ser perpetuada nos melhores manuais do riso, foi a daquele senhor árbitro que só expulsou um jogador após a mostragem do 3º cartão amarelo: isto, sim, é que é fair-play.

IMPRENSA
A Inglesa e alguma francesa fartaram-se de insultar os jogadores portugueses. Nunca se viu nem ouviu tanta mentira acumulada por parte dos pasquins mais reles do – chamado - Terceiro Mundo. Há frustrações históricas que alguns indivíduos não conseguem ultrapassar.

JOGO
Grande mesmo foi o Portugal – Alemanha. Esse sim, foi o jogo final do Mundial. O que se seguiu, entre franceses e italianos, foi uma peladinha entre compinchas para distribuição do espólio de guerra... suja.

LUÍS FIGO
Foi o capitão de selecção portuguesa, teve um comportamento exemplar, o verdadeiro timoneiro que, desde o primeiro jogo, apontou aos colegas o rumo certo. Foi de longe, mas de muito longe, superior (e de que maneira!) àquele que a FIFiA considerou o melhor jogador do campeonato. Foi mais disciplinado, sensato e educado durante toda a carreira.

MERGULHOS
1. Sinal utilizado até à exaustão pelo seleccionador francês, que o tomou como filosofia de via. 2. Disse o árbitro do Portugal – Holanda e disse-o a imprensa inglesa, que os portugueses são conhecidos por fiteiros, por se deixarem cair por dá cá aquela relva: daí a razão de a selecção portuguesa ter cometido menos faltas do que os cartões exibidos; no entanto um outro senhor do apito, certamente não instruído na mesma escola anti-fiteiros, assinalou uma grande penalidade fantasma a favor da Itália, por mergulho, que ditou a vitória desta selecção no confronto dos oitavos de final com a Austrália; um outro apitador assinalou grande-penalidade contra Portugal no jogo das meias-finais porque o jogador francês não mergulhou; quem mergulhou foi o Cristiano Ronaldo, depois de ter sido empurrado pelas costas, coisa pouca.

NAPOLEÃO
“Portugal é tão pequeno que, se dermos um pontapé aos portugueses, eles caem ao mar”. Não me recordo quem foi o francês que o disse, durante este campeonato, mas também não é necessário individualizar a afirmação por não ser tão rara como se possa pensar, por esse mundo fora. No entanto: por um lado quem o diz esquece-se que o mar nunca meteu medo aos Portugueses; por outro, esta foi também a teoria de Napoleão. A verdade, histórica mas que tentam “esquecer”, é esta: quem foi corrido a pontapé foram eles – os franceses – que, aquando das célebres Invasões, levaram para França muito o que contar.

OURO
Acaba aqui a saga da chamada “Geração de Ouro” do futebol português. Havia quem esperasse mais desta geração. Não contavam, esses, com os golias. No entanto, 2 Campeonatos de Mundo de júniores, um 2º lugar num Campeonato da Europa e um 4º lugar no Campeonato do Mundo, não são proezas a desprezar, para além das conquistas individuais.

PENALTIES
Ricardo, o guarda-redes da selecção portuguesa, defendeu 3 de uma assentada, bateu um record mundial mas não foi proeza suficiente. Outros, que sofreram mais golos, foram melhores, segundo a FIFiA.

QUALIDADE DA ARBITRAGEM
Se estes são os melhores árbitros da FIFiA, muito mal vai a cena do apito mundial. Erros (chamemos-lhe assim para não irmos mais longe) crassos e clamorosos e arbitragens rastejantes aconteceram vezes demais para uma competição desta envergadura. É nestas alturas que se confirma que os árbitros nacionais são tão bons ou melhores do que todos os outros. Os adeptos portugueses pensam que não!


RIBEIRO
Nuno, ou Maniche no meio futebolístico. Foi dos melhores em campo, sempre, e marcou contra a Holanda um dos mais (só?!) belos golos deste Mundial.

SENHORES DO MUNDO
É assim que se julgam os senhores da FIFiA. Não me cabe na cabeça que seja possível que um organismo privado se arrogue o direito de proibir os seus membros de recorrer aos tribunais civis. Nos países de regime democrático, pelo menos, a Constituição e o Sistema Judicial são os garantes dos direitos e liberdades dos cidadãos. Para a FIFiA isso são coisas da política. O “caso Bosman” não lhes serviu de exemplo. Para quando uma lição “exemplar” a estes senhores do mundo?

TESTÍCULOS
Os ingleses não sabem o que seja. Um tal de Rooney confundiu os do Ricardo Carvalho com a bola de futebol. Depois ficaram irritados com a expulsão: onde já se viu alguém ser expulso por pontapear as bolas?!

UUHH FST UUHH FST FSIUUUUUU!
É a única coisa que os adeptos ingleses sabem fazer. A par do bater de palmas quando os seus ídolos pontapeiam um adversário.

VERDADE DESPORTIVA
“O que é isso?” – pergunta a FIFiA.

XENOFOBIA
É aquilo a que (alguma) imprensa inglesa (e francesa) usa como isenção jornalística.

ZIDANE
É um senhor que agrediu à cabeçada um adversário. Foi expulso do jogo, segundo dizem o último da carreira, façanha suficiente para a FIFiA o considerar o melhor jogador do campeonato. Ficou a saber-se agora que o feito se deveu ao facto de ter sido insultado pelo adversário. Pelos vistos já tinha sido insultado no Mundial de 1998, no jogo frente à Arábia Saudita. E, segundo o “L’Equipe”, por mais 12 vezes. É que Zidane foi expulso 14 vezes durante a carreira de futebolista. Mas lá que é um menino de coro, disso não restam dúvidas. É por demais evidente que, terminada a carreira, o senhor passará a liderar as claques de apoiantes que, após as vitórias desportivas, desfilam pelas ruas de Paris incendiando viaturas, destruindo montras, disparando balas contra os adversários... isto digo eu que sou arruaceiro como os jogadores portugueses, Cristiano Ronaldo, Costinha, Petit, Deco... e João Pinto, lembram-se? A quem a FIFiA aplicou um castigo “exemplar” porque não teve justificação para a atitude que tomou contra um árbitro, no anterior Mundial. As 14 atitudes do anjo Zidane, não – essas foram plenamente justificadas.

admário costa lindo

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